sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Gestores driblam apatia da bolsa e ganham até 143%

Com crise ou sem crise, gestores de fundos de ações conseguiram fazer os investidores ganharem um bom dinheiro nos últimos três anos. Há rendimentos de até 143%, segundo levantamento do escritório de aconselhamento financeiro Tag Investimentos, o que chega a ser uma façanha, já que a conta considera resultados do terrível ano de 2008, quando a maior crise financeira em 80 anos devastou os mercados financeiros globais - e o Ibovespa caiu 41,22%. O desempenho é igualmente surpreendente porque de janeiro de 2008 até janeiro de passado a bolsa brasileira teve uma valorização pífia de 4,21%.
Das 230 carteiras analisadas, pelo menos as 26 primeiras são de gestores independentes. O estudo, feito com base nos dados da consultoria Quantum, leva em conta os fundos que buscam superar o Ibovespa, carteiras de dividendos, small caps, IBrX ativo e ações livre. Na lista aparecem nomes como Nest, Polo, Capitânia, BRZ, M Square, Tarpon, Rio Bravo, Dynamo, entre outros.
Os melhores fundos listados no ranking têm algo em comum: fazem um mix entre ações mais negociadas e as "small caps", diz Marcelo Pereira, sócio da Tag. São estratégias de gestão bastante calcadas em "stock picking" - a procura de papéis que se encontrem com preços abaixo do valor considerado justo. Muitos também podem alavancar, ou seja, aplicar mais do que o total presente em carteira, como é o caso da Nest. O fundo de ações da gestora adota a estratégia 40-140, isto é, 40% de aposta na baixa de papéis (posição vendida) e até 140% de aposta na alta (posição comprada). De 2008 até janeiro deste ano, a carteira rendeu 143,46%. Em 2010, ganhou dinheiro ficando vendida em petróleo e comprada em varejo.
Com uma rentabilidade de 77,21% no período, o Capitânia Equities busca principalmente ações de grandes e médias empresas, com uma pitada de "small caps", diz Ricardo Quintero, sócio da gestora. Normalmente, entre 15 e 20 ações compõem o portfólio. No ano passado, os ganhos vieram de papéis mais ligados ao comportamento do mercado doméstico, como Renner, Hering e Marfrig. "Mas perdemos dinheiro com Petrobras", conta. Segundo o executivo, em média a carteira mantém um papel por um período de 9 a 12 meses. "Compramos ações cujo prazo de maturação da estratégia é de, no máximo, um ano".
A M Square tem uma filosofia de investimento de tão longo prazo que a carteira é quase um fundo de participações, embora só aplique em ações listadas em bolsa, diz Marcos Toledo, sócio da gestora. Os papéis permanecem no portfólio por três anos, em média. "Buscamos bons negócios e não necessariamente empresas com múltiplos extremamente baratos", diz Arthur Mizne, sócio.
Fonte: Valor

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