segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Bolsa muda Bovespa Mais e se previne da concorrência

A BM&FBovespa quer dar uma nova chance ao Bovespa Mais. Seu presidente, Edemir Pinto, reconhece o fracasso - lançado em 2005, só tem uma empresa listada, a Nutriplant - e o atribui a um erro de concepção. "Esse é um segmento de acesso, mas não só para pequenas e médias. É para todas. Em especial para as grandes que não estão prontas em termos de governança para se listar no Novo Mercado". Agora, a bolsa busca parceria com bancos e está em negociação avançada com o Bradesco para fechar parceria semelhante à feita com o Banco do Brasil, para estimular o segmento.
A capilaridade é importante para tirar o Bovespa Mais do papel e cativar empresas que, segundo ele, aprimorem gradualmente a governança e ganhem visibilidade no mercado. "Temos mais de 15 mil empresas no Brasil com faturamento anual entre R$ 100 milhões e R$ 400 milhões para serem exploradas".
Fazer decolar o mercado de acesso, expandir o número de pessoas físicas que investem em ações - hoje são 610 mil CPFs cadastrados e a BM&FBovespa pretende que sejam 5 milhões em 2014 -, reformular as tarifas e oferecer novos serviços são formas de atrair mais lucros para a instituição. Mas, também, de garantir que não haja grandes espaços para o surgimento de um eventual concorrente. Alguns gestores brasileiros, liderados pela Claritas, querem criar uma nova bolsa no Brasil.
Edemir diz que o aparecimento de um rival não o preocupa, "porque a legislação prevê que, para se instalar no Brasil é preciso ser criada, de fato, uma nova bolsa, e isso exige investimentos altos". Mas reconhece que vem tomando medidas preventivas que inibem a entrada de concorrentes, com a criação de blocos para grandes negócios e a revisão das tarifas.
A crítica frequente de que os custos de transação são altos recebeu uma resposta. A readequação tarifária fará com que 35% dos gastos para operar na bolsa venham de negociação e o restante, de custódia e liquidação. Com isso, a margem que mede a receita com transações por volume negociado, de US$ 4,8 a cada US$ 10 mil negociados em 2009, vai cair pela metade. Ainda assim, continuaria maior que os menos de US$ 2 das bolsas americanas e europeias.
Os blocos de negociação de grandes lotes de ações, segundo Edemir, vão reduzir a volatilidade dos papéis mais líquidos. "Os investidores institucionais têm grandes operações para fazer e, em vez de concretizá-las durante um ou dois pregões, querem fechá-las rapidamente, em uma, duas horas, o que impacta as cotações. Vamos oferecer, dentro do megabolsa, uma opção para que esses negócios sejam feitos sem passar pelo pregão público". Segundo ele, a operação poderá ser fechada em segundos, sem levar volatilidade às ações.
Fonte: Valor

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