segunda-feira, 12 de julho de 2010

Ações brasileiras serão negociadas em Hong Kong

A Bolsa de Hong Kong é a segunda maior do mundo em capitalização, com valor de mercado de US$ 17 bilhões
Em janeiro de 2012, as companhias brasileiras listadas da BM&FBovespa poderão também ter suas ações negociadas na Bolsa de Hong Kong, e vice-versa. Desde o mês passado, as bolsas brasileira e asiática trabalham conjuntamente para criar "dois centros de liquidez simultânea", conforme o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto.
O objetivo é a listagem efetiva das companhias e não a negociação dos papéis por meio de recibos. Portanto, segundo Pinto, não serão BDRs (recibos brasileiros) das empresas listadas em Hong Kong, mas as próprias ações.
"Os BDRs têm muitas restrições. Só o investidor institucional pode comprar. O objetivo, com essa medida, é ampliar a liquidez também com o varejo", contou o presidente da BM&FBovespa ao Valor.
A Bolsa de Hong Kong é a segunda maior do mundo em capitalização, com valor de mercado de US$ 17 bilhões. A BM&F Bovespa ocupa a quarta posição do ranking, com US$ 13 bilhões. A bolsa brasileira tem 469 companhias listadas, incluindo o mercado de balcão, enquanto a de Hong Kong tem 1,3 mil empresas.
A iniciativa, de acordo com Edemir Pinto, é única no mundo. E o motivo da escolha de Hong Kong, além de ser uma das maiores bolsas do globo, é a possibilidade de manter a negociação de ações 24 horas por dia.
Os trabalhos são iniciais e o diagnóstico sobre as necessidades do projeto não está completo. Mas já se sabe que o maior esforço terá de ser feito na adaptação da regulação. "Para as empresas brasileiras, não haverá quase trabalho extra. A nossa régua é mais alta, em termos de exigência de governança", conta Edemir.
Para receber as empresas de Hong Kong, a ideia neste momento é criar um segmento especial. Também não se sabe, por enquanto, se a dupla listagem será imediata para todas as empresas.
O movimento da BM&FBovespa e da Bolsa de Hong Kong está de acordo com as tendências vislumbradas para o setor pela própria Federação Mundial de Bolsas. Hüseyin Erkan, membro da organização e presidente da Bolsa de Istambul, acredita que, no futuro, os investidores não precisarão ir a cada mercado para negociar ações e outros títulos. "De uma única tela, eles farão todas as negociações".
Fonte: Valor

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