segunda-feira, 12 de julho de 2010

Site de vídeo planeja ir além dos EUA

Para um site da internet que desde que foi lançado, há três anos, vem abalando o mundo dos vídeos on-line, nada mais justo que uma visita à sede do Hulu em Los Angeles coincidisse com um pequeno terremoto.
O tremor de magnitude 5.4 foi forte o suficiente para assustar algumas pessoas nos escritórios em reforma do Hulu. Sinais com os dizeres "Em obras", pendurados em portas e paredes, alertam para as mudanças para a acomodação das equipes de técnicos e vendas, que estão crescendo.
Mas para Jason Kilar, o ex-executivo da Amazon que comanda o Hulu desde o seu lançamento em 2007, terremotos e reformas no escritório não são distrações para o que ele tem em mente: transformar o site no principal destino do mundo para vídeos on-line produzidos de maneira profissional.
O terremoto coroou alguns dias tumultuados para o Hulu, que na semana passada lançou seu serviço de assinaturas nos Estados Unidos. Ao custo de US$ 9,99 por mês, o Hulu Plus pretende transformar alguns dos 30 milhões de usuários mensais do Hulu em clientes pagantes, gerando uma nova fonte de receitas para o Hulu e seus acionistas:News CorporationWalt DisneyNBC Universal e Providence Equity Partners.
"Se você olhar para o que o Hulu fez desde 2007, verá que ele passou de uma companhia que não tinha nome para uma marca adorada por um grande número de consumidores", afirma Kilar.
O site foi estabelecido originalmente pela News Corp. e pela NBC como uma plataforma de conteúdo de TV e cinema de produção profissional, que pudesse oferecer uma concorrência vigorosa para o YouTube, que na época alarmava as companhias de mídia com o ritmo de seu crescimento. A News Corp., que controla a rede de televisão Fox TV, e a NBC queriam um ponto de venda para as suas programações que elas pudessem controlar: a Providence Equity Partners e a Walt Disney, que controla a rede de TV ABC, entraram como acionistas nos anos posteriores, o que permitiu ao Hulu melhorar a programação de seu serviço ? com filmes e programas de TV de mais de cem fornecedores - e preparar o terreno para a sua expansão internacional.
O serviço de assinaturas Hulu Plus é a próxima fase do desenvolvimento da companhia. Ele está disponível em um grande número de aparelhos e a companhia firma acordos individuais com empresas de produtos eletrônicos de consumo, e desenvolve aplicativos específicos para o iPhone da Apple, tocadores Blu-ray da Samsung e o console portátil de videogames PlayStationPortable da Sony. Em breve, estará disponível nos televisores Bravia da Sony, no serviço X-Box 360 da Microsoft e no PlayStation 3 da Sony.
Kilar diz que a meta foi tornar o serviço de assinaturas disponível em alta definição sempre que os consumidores quiserem assistir TV. "Reconhecemos uma necessidade que não era atendida."
Isso é diferente de seu modelo anterior de um serviço baseado em um navegador que podia ser visto apenas em computadores, e reflete a mudança de comportamento do consumidor e o apetite por conteúdo em outros aparelhos que não os televisores. "É muito mais difícil desenvolver uma interface personalizada para o consumidor e um software que seja específico para cada aparelho. Mas acreditamos que o cliente percebe e aprecia isso."
Antes do lançamento do serviço de assinaturas, o Hulu ganhava dinheiro com a publicidade que acompanhava o vídeo. As receitas somaram US$ 100 milhões em 2009, segundo Kilar, com a companhia rumando para superar esse número já no terceiro trimestre. "Já somos lucrativos há três trimestres sucessivos."
site gratuito do Hulu continuará sendo uma parte importante de seus negócios, afirma o executivo. "O Hulu terá vida longa e vai prosperar. Sempre acreditamos que as assinaturas seriam uma parte importante dos serviços oferecidos."
Pode ser verdade, mas ao lançar o serviço pago, Kilar apaziguou alguns de seus acionistas mais ansiosos, que pressionavam por um modelo de assinaturas há tempos e estavam ficando preocupados com o ritmo de mudança de um site que, até a semana passada, dependia completamente da propaganda.
Kilar insiste que o conselho de administração do Hulu, onde concorrentes do setor de mídia sentam-se uns ao lado dos outros, é um lugar pacífico e feliz.
Fonte: Valor

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