quinta-feira, 25 de março de 2010

Fundo voltado para inovação vai captar até R$ 250 milhões


A Fundação Biominas está em fase final de captação de recursos para a criação de um fundo de "venture capital" (capital de risco) para investir exclusivamente em empresas com projetos de inovação na área farmacêutica. Os recursos que deverão ser levantados devem somar até R$ 250 milhões.
Segundo Eduardo Emrich Soares, presidente da Biominas, cerca de 50% a 60% desses recursos já foram captados. "Estamos conversando com mais investidores e deveremos colocar o fundo em operação a partir do segundo semestre deste ano", afirmou.
O fundo está sendo estruturado pela FIR Capital, gestora com foco em negócios voltados para tecnologia e inovação. "Temos recebido o apoio do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). É o primeiro fundo no Brasil com ênfase em inovação na área da saúde", disse. "O objetivo é ter pequenas participações em várias empresas que desenvolvem inovação com potencial de negócio."
Criada há 20 anos, a Fundação Biominas, uma entidade privada sem fins lucrativos, prospecta projetos em todo país com foco em inovação. No caso específico desse fundo, a entidade está selecionando entre 20 e 25 projetos. Deste total, 16 serão escolhidos. Não necessariamente todos deverão receber os recursos. Segundo Soares, o BID já destinou R$ 25 milhões para esse projeto.
Os recursos levantados pelo fundo deverão ser destinados para projetos em diversas áreas de saúde, ou como definiu Soares, em biociência. "Há casos de fundos que investem em vários laboratórios. Mas não há no Brasil um específico criado somente para esse objetivo", disse.
A Fundação Biominas tem um amplo banco de dados e busca projetos em empresas pequenas e médias. As universidades com projetos em inovação também estão no radar da entidade. O objetivo é fomentar novas tecnologias que podem virar negócio.
No ano passado, a Fundação Biominas detectou 253 empresas com forte potencial de inovação. No fim da década de 80, apenas 19 companhias tinham esse perfil. "Prospectamos oportunidades não somente na área de saúde humana, como também em alimentos e veterinária", disse.
Assim como a parceria que a Biominas está fazendo com a companhia francesa Sanofi-Aventis, a Fundação Biominas fechou contrato com o laboratório suíço Roche, em 2008, para detectar projetos na área farmacêutica. Outras duas importantes alianças nesse sentido estão a caminho, afirmou Soares, sem dar detalhes.
As grandes multinacionais estão olhando países emergentes, entre eles o Brasil, com o objetivo de realizar pesquisas, sobretudo nas chamadas doenças tropicais, como malária, dengue e febre amarela.
Fundos de investimentos também estão mirando negócios na área farmacêutica. O mercado está de olho na forte expansão das vendas de medicamentos dos países emergentes. O Brasil virou alvo de grandes companhias, que estão interessadas em fazer aquisições no país, sobretudo na área de genéricos.

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