terça-feira, 26 de maio de 2009

Bovespa se aproxima de 52 mil pontos e já sobe 38% em 2009

SÃO PAULO - A terça-feira foi de valorização na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que garantiu nova máxima de fechamento para 2009. Depois de cair 1,46% pela manhã, o Ibovespa seguiu a virada de humor externo e o preço das commodities, garantindo alta de 2,02%, para 51.840 pontos. Tal pontuação é maior desde 19 de setembro do ano passado. O giro financeiro ficou em R$ 5,01 bilhões, voltando à normalidade depois do baixo movimento de ontem. Com tal pontuação, o ganho acumulado em maio sobe para 9,62%, elevando a valorização no ano para 38,05%.

Ganhos expressivos também em Wall Street, onde os investidores voltaram do final de semana prolongado dispostos às compras. O começo do dia foi negativo, com os agentes cautelosos depois do disparo de mísseis pela Coreia do Norte. Mas o humor mudou completamente depois de anunciada uma forte melhora na confiança do consumidor em maio. Com isso, o Dow Jones fechou o pregão com alta de 2,37%, enquanto o Nasdaq subiu 3,45%.

A pesquisa do Conference Board mostrou que o índice de confiança do consumidor disparou de 40,8 pontos em abril para 54,9 pontos em maio, maior nível em oito meses. A alta é a quarta maior já registrada nos 32 anos de existência do indicador.

Segundo o gestor da Leme Investimentos, Januário Hostin Júnior, o indicador de confiança, aliado ao índice de atividade do Fed de Richmond, que também surpreendeu positivamente os investidores, deram um tom mais otimista para o mercado.

Ainda de acordo com o gestor, tais indicadores são um sinal de que a economia americana já estaria superando o pior a crise. E essa mesma visão também deu fôlego para o petróleo e outros commodities.

Dentro do Ibovespa, Petrobras PN liderou o volume negociado, avançando 2,39%, para R$ 33,74. Vale PNA ganhou 1,37%, para R$ 33,10. Hoje, os investidores receberam uma indicação sobre o preço do minério de ferro depois que a Rio Tinto fechou a venda do insumo com desconto de 33% para a Nippon Steel. Na avaliação de Hostin, o desconto no caso na Vale deve ser menor, na casa de 20%.

Ainda no setor de commodities, destaque para as fabricantes de papel e celulose. VCP PN teve a maior alta dentro do índice, avançando 8,08%, para R$ 23,40. O papel recebeu outra recomendação de compra de corretora estrangeira. Já o ativo PNB da controlada Aracruz aumentou 5,41%, para R$ 3,31. Entre as siderúrgicas, Gerdau PN garantiu alta de 3,88%, para R$ 18,70, e CSN ON aumentou 2,88%, para R$ 44,65.

Ampliando o foco da análise, o Hostin acredita que a valorização de 38% que o Ibovespa acumula no ano é uma correção do exagero de baixa do ano passado. "Agora, para o índice voltar a subir temos que ter perspectiva de melhora na economia dos países desenvolvidos", acredita.

O gestor também chama atenção para o fluxo de recurso externo, que é o que dá sustentação aos patamares de preço da Bovespa. Os dados mais recentes apontam que no mês até o dia 21 de maio, o saldo de negociação do não residente passava de R$ 4,22 bilhões. No ano, a cifra está em R$ 9,33 bilhões.

De volta ao âmbito corporativo, o dia também foi de recuperação para o setor de varejo e construção. Cyrela ON fechou com alta de 5,78%, para R$ 14,80, e B2W Varejo ON ganhou 5,60%, a R$ 36,75. Forte valorização também para Sabesp PN, que ganhou 7,46%, para R$ 31,69.

Entre os bancos, destaque para o ativo ON do Banco do Brasil, que teve acréscimo de 4,15%, para R$ 21,04. Bradesco PN subiu 2,14%, para R$ 29,57, e Itaú Unibanco PN aumentou 3,78%, a R$ 31,55.

Fora da festa, TIM Part ON caiu 1,53%, para R$ 7,07. ALL Logística unit cedeu 1,49%, para R$ 11,23, e JBS ON recuou 1,46%, a R$ 6,06.

(Eduardo Campos | Valor Online)

Fonte: O Globo.com

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