quarta-feira, 27 de maio de 2009

Bancos captam R$ 6 bi com garantia do FGC até dia 25

BRASÍLIA - O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou hoje que a captação de recursos por bancos de pequeno e médio porte com aval do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) atingiu R$ 6 bilhões no último dia 25. O número foi exaltado pelo presidente da autoridade monetária já que o levantamento anterior, de 12 de maio, mostrava que a captação somava, até então, R$ 4 bilhões.



Em audiência pública no Congresso Nacional, Meirelles ressaltou que essa captação maior de recursos cria condições para que os bancos de pequeno e médio porte possam aumentar a oferta de crédito. Segundo ele, a garantia do FGC, somada à criação de um fundo de aval com recursos do BNDES, cria condições para que os bancos pequenos e médios possam voltar a crescer em ritmo compatível ao registrado nas instituições de maior porte. Essa reação, segundo ele, deve beneficiar, principalmente, as pequenas e médias empresas que costumam tomar crédito neste tipo de instituição.



O presidente do BC também exaltou a maior presença dos bancos públicos no mercado de crédito brasileiro desde o agravamento da crise. De acordo com ele, "compete ao Estado, com os bancos públicos, um papel anticíclico". Ele elogiou a decisão anunciada nesta semana pelo Banco do Brasil de aumentar a oferta de crédito para as pessoas físicas em R$ 13 bilhões.



Aos parlamentares, Meirelles destacou que o juro real praticado atualmente no Brasil é o menor da história. Segundo ele, o juro real atual, de cerca de 5,2% ao ano, é "consistente com o observado em outros países emergentes". Ele também ressaltou que os juros futuros de 180 dias e 360 dias estão, atualmente, nos menores patamares da história. "É um momento histórico."



Dólar



O presidente do BC afirmou que o dólar está caindo em relação não só ao real, mas também em comparação a diversas moedas ao redor do mundo. Ele destacou que o tema da evolução do câmbio "ficou mais nervoso" nas últimas duas semanas, por conta da valorização do real, levando o dólar a aproximar-se de R$ 2,00, patamar que chegou a ser rompido hoje momentaneamente durante a manhã. Meirelles voltou a dizer que o BC não trabalha com meta de câmbio, embora a autoridade monetária trabalhe permanentemente para aperfeiçoar o regime de câmbio flutuante. 



Em relação à valorização do real, Meirelles também associou o movimento à alta dos preços das matérias-primas (commodities). "A correlação do real com o índice de commodities é muito elevada", afirmou o presidente do BC, em audiência pública na comissão mista de Orçamento. Meirelles destacou que, depois da fase turbulenta da crise, em que o BC teve de vender dólares, tanto no mercado à vista, como no futuro (por meio de swap), atualmente o Brasil já está recompondo reservas.



Swap cambial



Meirelles informou que o BC teve ganhos de R$ 5 bilhões com todas as operações de swap cambial realizadas desde 2002. Segundo ele, no primeiro trimestre de 2009, o ganho foi de R$ 1 bilhão. Meirelles explicou que a posição hoje do BC em swaps cambiais está equilibrada, o que não deve gerar ganhos nem perdas para a autoridade monetária daqui para a frente.

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