quarta-feira, 6 de maio de 2009

Bovespa fecha com mais de 51 mil pontos, maior nível desde setembro

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em alta de 1,64% nesta quarta-feira, aos 51.499,48 pontos, o maior nível desde setembro do ano passado. Foi o quinto dia seguido de ganhos. Nesses cinco dias, a Bolsa subiu 12,4%. No ano, o ganho acumulado passa de 37%.

cotação do dólar comercial caiu 1,72% e encerrou em R$ 2,112 na venda, menor valor de fechamento desde 4 de novembro (R$ 2,111). Com isso, a queda acumulada no ano é de 9,47%.

O otimismo, que também resulta em valorização das commodities, é garantindo pelos dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos.


A ADP, empresa que processa folhas de pagamento, mostrou que o setor privado americano perdeu 491 milpostos de trabalho durante o mês passado. O número ficou abaixo das estimativas, que apontavam o fechamento de 620 mil a 643 mil vagas.

A divulgação dos dados da ADP minou o tom negativo do começo do dia, marcado pela preocupação com o setor financeiro americano, depois que reportagens revelaram que o Bank of America (BofA) precisa levantar mais de US$ 30 bilhões para sobreviver a uma piora do ambiente econômico. 

Este teria sido o resultado do teste de estresse conduzido pelo governo, segundo informações de jornais nos EUA. O resultado oficial está previsto para a quinta-feira. 

O sócio da Global Financial Advisor, Miguel Daoud, explica que a percepção de que o dólar vai perder valor favorece o mercado brasileiro, o que leva os investidores a proteger seu capital e buscar rendimento em ativos reais, como ações e commodities. Nesse ponto, o Brasil é favorecido por ser exportador de matérias-primas e por ter uma moeda em trajetória de valorização contra a divisa americana.

No entanto, o especialista acredita que não existe motivo para a Bovespa ter uma valorização tão elevada no acumulado do ano. Para Daoud, o mercado como um todo está na melhora antes da próxima queda. " Não tenha dúvida disso. Não dá para precisar o tempo, mas a queda é iminente", alerta. 

De acordo com Daoud, as vendas voltarão a acontecer assim que o mercado perceber que a economia americana não tem sustentação. 

"O governo emitiu trilhões de dólares e não tem atividade econômica para pagar por isso", resume. 

O especialista analisa que essa reversão de posição não acontece de uma hora para outra, pois os investidores não têm para onde correr. 

"Uma hora os agentes vão perceber que não vale a pena emprestar dinheiro com rendimento real negativo. E isso pode acontecer em breve", diz.

Avaliando o comportamento do câmbio e dos juros, Daoud aponta que o mercado já se sente a vontade para especular contra o dólar.

O alerta vai para as empresas, que devem tomar cuidado para não tentar se aproveitar desse sentimento de que de agora em diante o preço da moeda americana é para baixo.

"Já existem conselhos para as empresas venderem dólares" , diz o especialista, lembrando que, no final do ano passado, essa mesma estratégia produziu prejuízos bilionários para uma série de companhias brasileiras como Sadia e Aracruz.

(Com informações da Reuters)

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