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A recente valorização das ações americanas nas últimas quatro semanas não significa uma recuperação do mercado, segundo o megainvestidor George Soros. O fundo Quantum, controlado por Soros, teve um ganho de 8% neste ano enquanto seus concorrentes registraram uma queda média de 19%. Segundo o bem-sucedido investidor, a tendência das bolsas ainda é negativa, já que a economia americana continua encolhendo e o país enfrenta o risco de uma nova depressão.
O índice americano Standard & Poor's 500 - que reúne as ações mais importantes para o mercado americano - já subiu 24% desde 9 de março, quando o mercado iniciou uma recuperação a partir de indícios de reação da economia mundial. Soros, no entanto, continua pessimista. “Essa é uma crise diferente das outras”, disse ele à agência de notícias Reuters.
O megainvestidor criticou também o plano do governo dos Estados Unidos de incentivar investimentos público-privados para salvar os bancos. Segundo ele, a medida não será suficiente para recuperar os bancos a ponto de permiti-los oferecer crédito e pode fazer com que eles ainda retirem recursos da economia.
Soros acredita que o dinheiro a ser injetado em bancos salvos pelo governo deveria ser utilizado para financiar novos empréstimos. O risco é que os bancos se tornem "zumbis" - nem tão vivos para emprestar nem tão mortos para falir – como aconteceu na década passada com algumas instituições japonesas.
Ele admite que o plano do Tesouro dos EUA poderia viabilizar a retirada dos ativos tóxicos dos bancos, mas não capitalizaria os bancos de forma suficiente a permitir a retomada da confiança no setor bancário e o destravamento do crédito.
A atuação do presidente Obama para enfrentar a crise foi elogiada por Soros, mas com ressalvas. “Ele está indo muito bem em todas as áreas, menos na negociação para recapitalizar os bancos e reestruturar o mercado de hipotecas”.
Soros também aconselhou que os fundos de hedge sejam regulados como qualquer outra instituição financeira. Para ele, seria importante que as autoridades monitorassem os empresários para saber se há “exposição excessiva” a riscos.
Sobre o momento em que a economia americana voltará a crescer, Soros está do lado mais pessimista do mercado e acredita em uma melhora apenas a partir de 2010.
Fonte: Portal Exame
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