terça-feira, 7 de abril de 2009

AIE já prevê mais corte na produção da Opep


Até agora, a AIE projetava redução de 1,2 milhão de barris por dia na demanda. Mas estima que o auge da demanda de inverno, que sustentava os preços atuais, já passou e a tendência parece ser mesmo de queda maior no consumo.

David Fyfe, um dos principais economistas da AIE, disse ontem num seminário fechado na Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), em Genebra, que 2009 registrará a maior queda global de demanda de petróleo desde o início dos anos 80. A economia dos países ricos despencou, mas agora também economias em desenvolvimento estão desacelerando mais do que o previsto e consumindo menos petróleo.

Para a AIE, a demanda por petróleo só voltará a aumentar, embora fraca, por volta de 2011, impulsionada pelos setores de transportes e petroquímico na Ásia e no Oriente Médio.

Em sua apresentação na Unctad, David Fyfe notou que a demanda nos países ricos da OCDE começou a declinar, na verdade, em 2006 e que o consumo só foi mantido em 20 países em desenvolvimento graças a subsídios governamentais de US$ 310 bilhões em 2007, com impacto insustentável para as finanças públicas e para o ambiente.

A fraca demanda, os preços baixos e o aperto de crédito vão reduzir ainda mais os investimentos na indústria de petróleo, com impacto futuro no preço, avalia a AIE.

A crise já provocou um corte de 2,5 milhões de barris por dia na capacidade de crescimento do suprimento pós-2011. Outras suspensões ou atrasos em exploração do óleo para 2009-2014 vão exceder os 6 milhões de barris por dia.

O preço baixo compromete também a produção e investimentos em áreas do Canadá e na Rússia, onde alguns projetos só tem sentido de o preço variar entre US$ 50 e US$ 80 o barril.

Ao mesmo tempo, a AIE já projeta perdas de 2,5 milhões de barris por dia com o declínio de produção em países não membros da Opep - ou seja, num volume maior do que a produção diária do Brasil.

Também as projeções para cobre, níquel, zinco e chumbo são pouco otimistas. Houve um colapso nos preços em 2008. A tonelada de níquel caiu de US$ 52 mil em maio de 2007 para abaixo de US$ 10 mil em dezembro de 2008. O preço do cobre caiu de US$ 9 mil a tonelada para US$ 3,4 mil em quatro meses.

O mercado será dominado por grandes incertezas. A China continuará a ser o mais importante mercado. No caso do níquel, já foram abandonados mais de 20 projetos em 16 países. No caso do chumbo e zinco, projetos foram suspensos em 20 países.

(Assis Moreira|

Fonte: ValorOnline

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