terça-feira, 7 de abril de 2009

Ibovespa não consegue escapar do pessimismo em Wall Street e recua outra vez

Por: Equipe InfoMoney
07/04/09 - 17h37
InfoMoney

SÃO PAULO - Bem que a bolsa brasileira tentou, mas o clima negativo predominante em Wall Street falou mais alto. Lá fora, o pessimismo de George Soros e as tensões envolvendo o setor automotivo disseminaram a cautela, enquanto o fraco desempenho de Vale e siderúrgicas penalizou a bolsa por aqui. As projeções favoráveis do Citigroup e o fôlego do setor imobiliário proporcionaram certo alívio, mas não impediram a queda de 0,78% do Ibovespa - segunda consecutiva.

Parte do mau humor externo também tem raiz no âmbito econômico. Divulgado no final da tarde, o Consumer Credit surpreendeu negativamente o mercado ao registrar recuo de US$ 7,4 bilhões no montante de crédito concedido em comparação com janeiro, atingindo o total de US$ 2,564 trilhões. Ainda na agenda, o PIB (Produto Interno Bruto) na Zona do Euro caiu 1,6% no último trimestre de 2008, registrando sua pior performance desde 1996.

A expectativa cautelosa em torno da temporada de resultados também esteve em destaque nos noticiários. As tensões recaíram sobre a fabricante de alumínios Alcoa, que reportou seu balanço após o fechamento dos mercados, com prejuízo ajustado de US$ 0,59 por ação. Ainda na cena corporativa, os preparativos para uma possível falência por parte da GM chamaram atenção e provocaram uma queda de 11,89% em seus papéis. 

"É um rali de bear market, porque ainda não fizemos a economia se recuperar", afirmou o megainvestidor George Soros em entrevista à Bloomberg, alimentando ainda mais o pessimismo em Wall Street. Na direção oposta, o Citigroup afirmou que "o próximo bull market latino-americano está começando" e deve durar pelos próximos quatro ou cinco anos, acompanhando a retomada da economia global e avanço dos fundamentos regionais.

Segunda baixa seguida
Marcando a segundo desvalorização consecutiva, o Ibovespa foi puxado pelas perdas verificadas nas bolsas norte-americanas e também pelo fraco desempenho de suas principais blue chips. Contudo, ainda que insuficiente, o setor imobiliário trouxe certo alívio à bolsa em resposta às recomendações favoráveis do Goldman Sachs.

Como reflexo, os papéis de Cyrela e Rossi se destacaram entre os ganhos da sessão. Os analistas do banco norte-americano afirmaram em relatório que as ações de incorporadoras imobiliárias brasileiras estão "intrinsecamente subavaliadas".

As companhias do setor irão reportar seus resultados preliminares de vendas referentes ao primeiro trimestre nas próximas duas semanas e a expectativa dos analistas é de que o setor apresente uma retomada na comparação o mesmo intervalo de tempo do ano passado. Os analistas elevaram a recomendação do setor para "atrativa".

No caso dos papéis da Vale, a pressão veio de notícias do provável reajuste do minério de ferro com as siderúrgicas asiáticas, ainda mais depois de sua concorrente Rio Tinto negociar desconto de 20% no produto.

Ibovespa cai 0,78%
Estendendo a trajetória declinante da véspera, o Ibovespa fechou com baixa de 0,78%, aos 43.824 pontos. O volume financeiro do índice totalizou R$ 4,25 bilhões nesta sessão.

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