terça-feira, 7 de abril de 2009

Bolsa cai menos que NY com ingresso de estrangeiros

Por 07 de Abril de 2009 | 17:39
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) resistiu bravamente à queda que predominou no exterior e, embora não tenha conseguido sustentar o índice Bovespa (Ibovespa) no azul, teve recuo muito menor ao registrado pelas Bolsas norte-americanas. O ingresso líquido de capital estrangeiro foi apontado pelos especialistas como a principal razão para tal comportamento, diante da perspectiva de que o Brasil conseguirá apresentar melhor desempenho na atual crise internacional.

O Ibovespa, assim, terminou o pregão em queda de 0,78%, aos 43.824,53 pontos. Chegou a operar em alta e atingir a máxima de 44.471 pontos, com ganho de 0,69%, por volta do meio-dia. Mas logo depois voltou a cair, assim como na abertura do pregão. O giro financeiro totalizou R$ 4,305 bilhões.

"Há fluxo de compra de papéis, o que pode ser uma antecipação já ao vencimento de índice Bovespa futuro na semana que vem (dia 15, com opções sobre Ibovespa)", comentou Fausto Gouveia, da Legan Asset. Segundo ele, o ingresso de recursos estrangeiros que também tem sustentado o índice doméstico é um sinal de que o capital externo tem visto o Brasil como uma boa opção de compra, ainda mais diante de uma temporada de balanços que não deve ser tão animadora.

Hoje, depois do fechamento do mercado, a Alcoa divulga seus números do primeiro trimestre nos Estados Unidos - no Brasil, sai o balanço da Localiza. Embora os especialistas tivessem dito nos últimos dias que o mercado já havia precificado números não tão bons, hoje parte das vendas externas teve essa justificativa.

A apreensão sobre o que essa safra de balanços reserva levou as bolsas norte-americanas e europeias a fecharem em queda. Também pesou negativamente em Wall Street a notícia do jornal britânico The Times de que o Fundo Monetário Internacional (FMI) deverá elevar para US$ 4 trilhões sua projeção de títulos podres detidos por bancos e pelas seguradoras, quando divulgar seu próximo relatório sobre perspectivas para as economias mundiais.

O Dow Jones terminou em baixa de 2,34%, aos 7.789,56 pontos, o S&P recuou 2,39%, aos 815,55 pontos, e o Nasdaq, 2,81%, aos 1.561,61 pontos. As ações da General Motors (GM) encerraram com variação negativa de 11,89% em Nova York, com a notícia veiculada ontem pela Bloomberg de que a empresa acelerou os preparativos para uma possível concordata.

Aqui, Petrobras terminou com recuo de 0,92% na ação ordinária (ON) e queda de 1,06% na ação preferencial (PN). O contrato futuro de petróleo com vencimento em maio negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex) fechou em baixa bem maior, de 3,72%, a US$ 49,15 o barril. Ontem, a estatal comunicou a descoberta de óleo leve e gás no campo de Piracucá, em São Paulo.

Os papéis da mineradora Vale terminaram em queda, sem beneficiar-se da alta dos preços dos metais básicos nem do ingresso de estrangeiros. A notícia de que anglo-australiana Rio Tinto estaria oferecendo um desconto provisório de 20% no preço do minério de ferro para siderúrgicas asiáticas pesou sobre os papéis. Vale ON recuou 2,18% e PNA, -1,50%.

As siderúrgicas acompanharam: Gerdau PN teve desvalorização de 2,09%, Metalúrgica Gerdau PN, de 2,23%, Usiminas PNA, de 1,62%, e CSN ON, de 1,08%. Depois da extensão do IPI menor para os veículos até 30 de junho, o setor pode ser beneficiado pela redução desse mesmo imposto para geladeiras, fogões e máquinas de lavar. A proposta, no entanto, ainda está em estudo pelo governo.

Fonte: Portal Exame

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