terça-feira, 14 de abril de 2009

Ação da Petrobras lidera sugestões dos analistas pelo décimo quinto mês seguido

Por: Gabriel Ignatti Casonato
13/04/09 - 11h15
InfoMoney

SÃO PAULO - As ações preferenciais da Petrobras receberam o maior número de recomendações nas carteiras dos analistas para abril, segundo levantamento realizado pela InfoMoney que incluiu 19 portfólios sugeridos por corretoras e bancos de investimentos.

As carteiras selecionadas neste mês são de: Ágora, Ativa, Banif, BB Investimentos, BNP Paribas, Bradesco, Coinvalores, Credit Suisse, Fator, Geração Futuro, Link, Omar Camargo, Pilla, Planner, Senso, SLW, Socopa, Spinelli e Win.

Petrobras: 1 ano e três meses na liderança
Das 19 instituições pesquisadas, 16 listaram as ações da Petrobras entre suas sugestões, colocando a companhia no topo pelo décimo quinto mês consecutivo. O potencial das novas reservas descobertas e as agressivas metas de investimentos sustentam o otimismo dos analistas, que, em contrapartida, fazem ressalvas aos próximos resultados da estatal.

Com relação ao primeiro item, cabe lembrar que a estatal já anunciou nada menos que cinco novas descobertas nesta primeira metade de abril: duas de indícios de petróleo e três de hidrocarbonetos. Além disso, declarou a viabilidade comercial de uma reserva de gás achada na bacia de Santos, o que animou os analistas. A equipe da Socopa, por exemplo, acredita em novas descobertas no médio prazo.

Também exerce influência positiva sobre as recomendações o novo plano de negócios da estatal, que contempla investimentos de US$ 174,4 bilhões até 2013, visando principalmente um crescimento robusto de sua produção. Para 2009, o orçamento aprovado pelos acionistas prevê investimentos diretos na casa dos R$ 36 bilhões, dos quais 50,4% serão aplicados na área de exploração e produção, 32,8% em projetos voltados para abastecimento e 10,5% na área de gás e energia.

Por outro lado, diversas instituições demonstram certa cautela para os próximos resultados da estatal, que alcançou um lucro recordede quase R$ 33 bilhões em 2008. A apreensão se deve, sobretudo, à avaliação de que o baixo patamar dos preços do petróleo possa continuar pressionando as operações da companhia.

Por último e voltando ao teor mais favorável da avaliação, a forte liquidez dos papéis da Petrobras continua sendo mencionada como um ponto positivo, assim como os múltiplos atrativos das ações da estatal.

Bradesco assume segundo lugar
Na sequência, as ações preferenciais do Bradesco assumem o segundo lugar, com 14 indicações. De modo geral, os especialistas acreditam que os sólidos fundamentos macroeconômicos do Brasil devem contribuir para a manutenção de bons resultados pela instituição, que vem se comportando bem ao longo da crise internacional.

Por falar em crise, a SLW acredita que o mês de abril pode ser positivo para o setor bancário norte-americano por conta do plano de recuperação dos bancos, refletindo positivamente aqui no Brasil. A corretora também aponta o desempenho mais fraco das ações do Bradesco na comparação com seus pares em março.

A Socopa, por sua vez, diz que as instituições financeiras do País estão atrasadas em relação ao mercado, uma vez que contam com fortes fundamentos, bons níveis de capitalização, além de não apresentarem os complexos instrumentos financeiros que levaram à crise internacional.

As mais recomendadas
AçãoRecomendações
Petrobras PN16
Bradesco PN14
Vale PNA13
Usiminas PNA9
AmBev PN8
CCR ON8
Gerdau PN7
Itaú Unibanco PN7
Copel PNB6
Telesp PN6
Quanto aos resultados, apesar de o Bradesco reportar decréscimo em seu lucro líquido no último trimestre de 2008 em comparação com o anterior, a Spinelli considerou os números muito atrativos e destacou que, em dezembro do ano passado, os ativos totais do banco eram 33,2% maiores que no último mês de 2007.

Finalmente, a histórica fusão entre o Itaú e o Unibanco, além da compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil, continuam sendo vistas de forma favorável ao setor. Para os analistas, as operações devem provocar uma motivação adicional ao Bradesco quanto a novas aquisições no mercado, a fim de enfrentar os novos gigantes do segmento.

Vale cai para terceiro
Com 13 recomendações, as ações preferenciais classe A da Vale caem para a terceira colocação. Apesar do cenário de retração para a demanda por minério de ferro no próximo ano, os resistentes fundamentos da mineradora ainda sustentam a boa colocação dos papéis.

O HSBC é um dos que destacam os tais fundamentos, afirmando que a empresa atua com baixa alavancagem e sólida situação financeira, com caixa de aproximadamente US$ 15 bilhões e dívidas com vencimento no longo prazo. Por outro lado, sua equipe acredita que o atual cenário pede que a companhia revise seus planos de expansão, em um esforço para garantir que sua oferta seja coberta pela demanda.

O Banif, por sua vez, avalia que o mercado está demasiadamente pessimista com relação aos preços do minério de ferro. Assim, o banco acredita que as ações da Vale devem engatar uma recuperação mais robusta na medida em que as negociações dos contratos com as siderúrgicas se aproximarem do final.

Por último, o Santander alerta que a retomada dos preços das commodities metálicas, especialmente ferro e níquel, assim como o desempenho acima do esperado da economia da China e uma maior depreciação da moeda brasileira, podem impulsionar os papéis da mineradora e abortar a necessidade de uma estratégia conservadora.

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