terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Ibovespa renova mínima com Vale, Petrobras e bancos e perde os 40 mil pontos

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
17/02/09 - 15h25
InfoMoney

SÃO PAULO - A bolsa brasileira renova a mínima do dia (-4,74%) no começo desta tarde e tem o patamar dos 40 mil pontos comprometido. A terça-feira (17) é de perdas generalizadas por todo o mundo. O alerta da recessão volta a se acender sobre o mercado. Além do susto da véspera, com o maior recuo do PIB (Produto Interno Bruto) japonês desde 1974, a atividade industrial norte-americana dá mais um sinal de fraqueza e sobra descrença com o pacote de estímulo a ser assinado por Barack Obama.

A reabertura das bolsas norte-americanas após o feriado coloca os índices de Wall Street de volta ao nível de três meses atrás. A visão do investidor é de que o pacote de US$ 787 bilhões é pequeno diante de tanta recessão. Como argumento, o índice de atividade industrial do Federal Reserve de Nova York apontou recuo recorde.

Vale, Petrobras e bancos
O ceticismo com as medidas do governo e sinais rotineiros de retração econômica volta a pesar sobre as commodities. Entre os metais básicos, o cobre desaba mais de 7%, mesma variação registrada pelos contratos futuros de petróleo em Nova York. Pior para Vale e Petrobras, papéis mais negociados da bolsa brasileira. As ações da mineradora caem mais de 6,5% e dominam a ponta negativa do Ibovespa com seus ativos ordinários.

Pesa, ainda, declaração da Cisa (Chinesa Iron and Steel Association) de que a China não deve aceitar reajuste diferente para o preço do minério de ferro brasileiro em relação ao australiano. Além das commodities, os bancos figuram entre as principais quedas do dia, em reflexo ao cenário de expressivas perdas para seus pares internacionais. Destaque para units do Unibanco (-5,7%) e ações preferenciais de Itaú (-5,7%) e Bradesco (-4,4%).

Montadoras em cena
Não bastassem todas as preocupações com os últimos indicadores e descrédito das medidas governamentais de combate à crise, os problemas das montadoras de Detroit voltam a ser noticiados. Esta terça-feira representa o prazo limite para GM e Chrysler apresentarem seu projeto de reestruturação às autoridades norte-americanas.

As companhias aproveitam para barganhar aportes extras do Tesouro dos Estados Unidos, sob o argumento de que os US$ 13,4 bilhões liberados no final do ano passado são insuficientes. Na véspera, analistas da agência de classificação de risco Moody's projetaram na mídia internacional que o resgate total das três grandes de Detroit poderia custar até US$ 125 bilhões aos cofres do governo norte-americano.

Ibovespa perde os 40 mil pontos
A resposta negativa da bolsa brasileira ao cenário de preocupações renovadas com o avanço da recessão nas economias mais maduras custa os 40 mil pontos ao Ibovespa, que segue com queda superior a 4% durante a tarde. O volume financeiro supera R$ 2,4 bilhões, um dia após o vencimento de opções sobre ações e na véspera do vencimento de opções sobre Ibovespa e contratos Ibovespa futuro.

Entre os destaques de queda estão os papéis de VCP PN (VCPA4, -6,01%), Vale Rio Doce ON (VALE3, -6,00%), Petrobras ON (PETR3, -5,69%), Itausa PN (ITSA4, -5,58%) e Unibanco UNT (UBBR11, -5,57%).

Por outro lado, as ações Light ON (LIGT3, +1,91%), Telesp PN (TLPP4, +0,28%), Brasil T Par ON (BRTP3, +0,17%), Celesc PNB N2 (CLSC6, -0,03%) e Nossa Caixa ON (BNCA3, -0,07%) apresentam melhor desempenho.

Os maiores volumes ficaram com Vale Rio Doce PNA (VALE5, R$ 569,79 milhões), Petrobras PN (PETR4, R$ 426,70 milhões), Vale Rio Doce ON (VALE3, R$ 151,49 milhões), Petrobras ON (PETR3, R$ 108,38 milhões) e Bradesco PN (BBDC4, R$ 87,33 milhões).

Dólar avança
Com o clima ruim nos mercados, o dólar comercial continua a se valorizar. Com alta de 1,62%, é negociado a R$ 2,319. O Bacen segue sem confirmar se irá intervir no mercado cambial.

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