terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Expectativa por discursos de Bernanke e Geithner geram apreensão e incertezas

Por: Equipe InfoMoney
10/02/09 - 09h00
InfoMoney

SÃO PAULO - Antes motor das bolsas internacionais, o plano de estímulo econômico norte-americano agora é motivo de cautela. Com a percepção de que o pacote de mais de US$ 800 bilhões pode não ser o bastante para tirar os Estados Unidos da recessão, os mercados acionários europeus, asiáticos e futuros de Wall Street registram queda nesta manhã.

Aprovado na votação preliminar do Senado na última sessão, o pacote deve ser votado oficialmente ainda nesta terça-feira (10), em meio a declarações do presidente norte-americano Barack Obama de que os problemas no país "estão acelerando ao invés de melhorarem".

Com esse pano de fundo, a agenda dos EUA merece atenção dobrada, trazendo o discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, programado para 16h00 e os dados do setor atacadista, com o Wholesale Inventories sendo divulgado às 13h00.

Resgate do setor financeiro
Porém, o evento mais esperado desta sessão é o discurso do novo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Tim Geithner, que deve começar às 14h00. Geithner falará sobre o plano de resgate do setor financeiro norte-americano um dia depois do programado inicialmente. O mercado espera que sejam anunciadas novas injeções de capital nos bancos e maiores detalhes sobre a criação de um bad bank para comprar ativos podres de instituições financeiras, possivelmente com parte da capitalização proveniente do setor privado.

Até o início desta semana, a equipe de Obama havia descartado a hipótese de pedir mais recursos ao Congresso, estando disposta a utilizar primeiramente a metade restante do Tarp (Troubled Asset Relief Program). Porém, o próprio presidente norte-americano sinalizou que há a possibilidade de ampliação dos recursos, o que só fez aumentar as expectativas em torno do discurso de Tim Geithner.

Commodities
Enquanto a administração de Obama trabalha em planos para combater a crise, o mercado interpreta as medidas como potencialmente prejudiciais ao dólar devido ao aumento do déficit público e riscos futuros de pressão inflacionária. O temor tem reflexos positivos na cotação do petróleo, que começa a manhã em alta.

Em sentido oposto, as commodities metálicas registram queda nos mercados internacionais, com destaque para o cobre. O movimento pressiona os papéis de companhias como a australiana BHP Billiton, maior mineradora do mundo, e a indiana Vedanta, maior produtora de cobre do país.

Prejuízos bancários
O banco UBS reportou perdas de 8,1 bilhões de francos suíços (US$ 6,9 bilhões) no quarto trimestre de 2008, acima das estimativas dos analistas, que esperavam prejuízos em torno de 7,5 bilhões de francos. A instituição também anunciou que irá demitir 15 mil funcionários até o final deste ano.

No Brasil
Por aqui, o dia começa com novos dados de inflação. O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) referente ao primeiro decêndio de fevereiro apontou alta de 0,42% nos preços, taxa 0,86 ponto percentual acima da registrada no acumulado em janeiro. Na esfera corporativa, estão programadas as divulgações dos resultados anuais de Brasil Telecom, Souza Cruz e Banco Indusval.

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