sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Bolsa de Nova York tem a maior queda em dois dias desde 1987

Com as atenções dos mercados voltando-se novamente para os sinais cada vez mais fortes de recessão na economia americana, a Bolsa de Nova York teve um dos seus piores dias do ano e o segundo pregão consecutivo de fortes perdas. A queda nos últimos dois dias é a maior desde outubro de 1987.
O índice Dow Jones, formado por 30 empresas e o principal da Bolsa nova-iorquina, recuou 4,85% (a sétima maior queda do ano), depois de cair 5,05% no pregão de anteontem -a desvalorização acumulada nos dois dias é de 9,66%.
Já o S&P 500, índice composto por 500 companhias, recuou ainda mais: 5,03%. E a Nasdaq, de empresas de alta tecnologia, caiu 4,34%.
As maiores preocupações ontem foram com as vendas das grandes redes de varejo e com os dados de emprego. A maior parte das grandes lojas americanas teve queda nas vendas, superando as estimativas dos analistas. As vendas da Gap, por exemplo, recuaram 16% em outubro ante o mesmo mês de 2007, as da JCPenney, 13%, e as da Target, 4,8%. De acordo com o Conselho Internacional de Shopping Centers, as vendas nos EUA se contraíram em 0,9% no mês passado, o pior resultado para outubro nos 35 anos do levantamento.
Quem acabou ganhando com a decisão do consumidor americano de cortar gastos foram as redes que são conhecidas pelos preços mais baixos, como o Wal-Mart. A maior rede varejista mundial teve aumento de 2,4% nas suas vendas no mês passado. Essa procura por alternativas mais baratas também já tinha beneficiado o McDonald's em setembro.

Esses dados preocupam ainda mais porque mostram que o consumo, o principal motor da economia norte-americana, vai continuar caindo. O gasto dos consumidores norte-americanos se retraiu no terceiro trimestre em 3,1% na taxa anualizada, a primeira queda desde 1991 e a maior desde 1980.
Outro indicador preocupante foi o de pedidos de auxílio-desemprego. Segundo os dados divulgados ontem, 3,84 milhões de americanos recorrem ao benefício, o maior número em 25 anos. No mesmo período de 2007, 2,59 milhões de pessoas recebiam o auxílio. Ele também é um sinalizador dos dados de desemprego de outubro, que serão divulgados hoje. A expectativa é que mais 200 mil vagas sejam eliminadas.
As montadoras americanas -que estiveram reunidas com a presidente do Congresso dos EUA, Nancy Pelosi, para negociar um pacote de ajuda ao setor- também tiveram um dia ruim. As ações de General Motors e Ford (que divulgam seus balanços hoje) caíram 13,67% e 5,26%, respectivamente.
A Blackstone, a empresa de "private equity" dona dos hotéis Hilton, perdeu US$ 503 milhões de julho a setembro e suas ações recuaram 12,21%.


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