sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Conheça os riscos envolvidos antes de realizar pedidos de reserva em IPO da Arezzo

SÃO PAULO – Encerra-se nesta sexta-feira (28) o período de reservas para participar do IPO (Initial Public Offering) da Arezzo. No entanto, vale lembrar os riscos envolvidos na operação.

FranqueadosQuanto às atividades da companhia, o prospecto preliminar informa que esta poderá não conseguir inaugurar e operar novas lojas ou ampliar a rede de franqueados com sucesso, que poderão ser afetados por diversos fatores, tais como a expansão dos competidores, dificuldade de encontrar locais adequados e condições adversas do mercado.
Além disso, 183 das 253 lojas franqueadas e 17 das 27 lojas próprias estão estabelecidas em shoppings centers, portanto a dificuldade de abrir novos estabelecimentos nestes pontos estratégicos, o fracasso em obter renovação dos contratos de aluguéis ou a redução do tráfego de consumidores nestes locais poderão impactar no desempenho da empresa.
Ademais, eventuais conflitos com os franqueados poderão pressionar os resultados da Arezzo, uma vez que, conforme dado referente aos nove primeiros meses de 2010, 50,1% da receita da empresa foi proveniente de tais colaboradores.

DependênciasVale destacar também a dependência sobre o sistema de transportes e infraestrutura na cidade de Campo Bom, no Rio Grande do Sul, uma vez que a distribuição de mercadorias para todas as lojas da Arezzo parte desta cidade, informa a companhia em prospecto.
“Qualquer interrupção significativa ou diminuição de utilização na infraestrutura de transportes da cidade de Campo Bom ou em sua operação; (...) desastres naturais, incêndios, acidentes, falhas sistêmicas ou outras causas imprevistas podem atrasar ou prejudicar nossa capacidade de distribuir mercadorias para nossas lojas e ocasionar queda em nossas vendas”, indica a Arezzo.
A dependência também está relacionada com a própria marca Arezzo, responsável por 66,8% da receita em vendas de mercadorias e serviços consolidada nos nove primeiros meses de 2010. As outras marcas são a Schutz, Anacapri e Alexandre Birman. “Adicionalmente, podemos, eventualmente, buscar a aquisição e/ou desenvolvimento de marcas voltadas a nichos de mercados diferentes daqueles que atuamos atualmente”, aponta o prospecto. 

Confecção independenteAdemais, a Arezzo não confecciona a maioria dos produtos que comercializa – entre janeiro e setembro de 2010, 82,7% dos produtos foram produzidos por fábricas e ateliers independentes. A companhia informa que possui um contrato por tempo indeterminado com a Star Export, a qual agencia e fiscaliza os fornecedores contratados. “Nossos fornecedores, fábricas, ateliers independentes contratados ou mesmo a Star Export podem fornecer matérias-primas, produtos ou serviços similares a nossos concorrentes”, ressalta.

Setor, inadimplência e sazonalidadeTambém existem riscos referentes ao setor de atuação – as preferências dos consumidores e as tendências da moda são voláteis e tendem a mudar rapidamente, principalmente no setor de calçados femininos, indica a empresa -, a problemas com os sistemas de tecnologia de informação, importante para administrar os estoques e os recursos, à obtenção de licenças municipais e do corpo de bombeiros, além da falta de cobertura de seguros em fatos como guerra, caso fortuito e força maior ou interrupção de certas atividades.
Há também o risco de inadimplência, uma vez que realizam vendas a prazo para consumidores finais, franqueados e multimarcas. Tais riscos podem ser influenciados por questões macroeconômicas brasileiras.
Questões sazonais e climáticas são outros elementos que podem influenciar no resultado da Arezzo, já que o segundo semestre do ano é, geralmente, um período de vendas mais elevadas, impulsionadas pelo Natal, e que períodos de alta ou baixa na temperatura podem afetar a coleção disponibilizada pela empresa ou elevar preços de matéria-prima.

ControladoresEm relação aos controladores, o prospecto chama a atenção para o fato de que estes continuarão controlando a companhia e seus interesses poderão entrar em conflito com o de acionistas. Ademais, após o prazo de lock-up – de seis meses - poderá haver uma significativa venda de ações, incluindo o FIP Piraíba.

Processo penalCabe destacar que o acionista controlador, Anderson Lemos Birman, o qual é também presidente do conselho de administração e diretor presidente, enfrenta um processo penal, sob a alegação de remessas ilegais de recursos financeiros ao exterior, no montante de R$ 559,20 mil, durante o período de 2000 a 2002.
A condenação poderá impedir o empresário de exercer suas atividades profissionais e afetar de forma relevante a reputação perante clientes, fornecedores e investidores, aponta o prospecto.
“Além disso, o Sr. Anderson Lemos Birman poderá ter de alocar parte substancial de seu tempo e atenção para o acompanhamento e monitoramento desse processo e dos efeitos que ele poderá ter sobre nossas atividades, o que poderá desviar de maneira relevante o tempo e a atenção que deveriam ser destinados à condução de nossos negócios”, alerta a Arezzo.
A companhia também destaca que o desempenho da empresa depende em grande parte da capacidade da alta administração, formada por executivos experientes e funcionários-chave com amplo conhecimento do negócio, especialmente os fundadores e diretores Anderson Birman e Alexandre Café Birman.

Fonte: Infomoney

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