quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Silvio Santos cobre rombo de R$ 2,5 bi no Panamericano

A fiscalização do Banco Central descobriu uma série de erros contábeis nos balanços do Banco PanAmericano, controlado pelo Grupo Silvio Santos. O banco vendeu grande volume de carteiras de crédito a outras instituições e fundos nos últimos anos sem dar baixa em seu ativo, inflando os resultados. As irregularidades foram descobertas menos de um ano depois de a Caixa Econômica Federal comprar 36,6% do capital total do banco, por R$ 739 milhões. O Banco Central vai abrir investigação para apurar se houve fraude dos administradores.
O Grupo Silvio Santos negociou com o BC uma injeção de R$ 2,5 bilhões para fechar o buraco nas contas do banco, conforme fato relevante divulgado ontem. O dinheiro virá de um empréstimo que a holding Silvio Santos Participações tomará do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O único acionista da holding é o próprio empresário, que teve de dar parte de seu patrimônio em garantia. Ativos da Jequiti - unidade fabril e centro de distribuição na Rodovia Anhanguera - e o hotel Jequitimar estão entre os bens que entraram no acordo, segundo executivo do grupo.
Toda a diretoria do PanAmericano foi destituída e novos executivos foram nomeados, com a participação do FGC, que passou a ter forte influência na gestão do banco. Encabeçam o time os executivos Celso Antunes da Costa e Ivan Dumont Silva, que foram do Banco Real.
O empresário Silvio Santos cobrirá sozinho todo o rombo e, pelo acordo, nem a Caixa nem os demais acionistas serão diluídos por um aumento de capital. O acordo com a Caixa permanece em vigor. Além da Caixa, são acionistas relevantes do banco a Banca Privada D'Andorra (4,4%), Legg Mason (3,2%) e Capital Research (2,6%). Outros 15,6% estão no mercado. O Grupo Silvio Santos detém 37,7%.
O Panamericano tem US$ 1,33 bilhão em títulos de dívida no mercado externo, dos quais US$ 625 milhões são papéis de dívida subordinada, que entram como capital no balanço da instituição. Somente neste ano, o banco captou US$ 800 milhões, segundo o Valor Data. Alguns fundos de ações e multimercados sofrerão os impactos da perda de valor das ações e da repercussão do caso sobre bancos médios e pequenos.
Fonte: Valor

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