terça-feira, 23 de novembro de 2010

A rede a favor do investidor

A internet decididamente está ganhando cada vez mais espaço no mundo das aplicações financeiras. Duas em cada cinco pessoas utilizam a web para realizar seus investimentos. E a maioria é formada por homens, com formação universitária. É o que mostra um levantamento do instituto de pesquisa de mercado QualiBest sobre investimentos on-line e o comportamento desse tipo de investidor.
O estudo, encomendado pela plataforma ProXXIma, do grupo Meio&Mensagem, mostra ainda que, mesmo entre os investidores brasileiros que utilizam a internet como instrumento para realizar as suas aplicações, a aversão ao risco predomina.
Entre todos os tipos de investimento realizados por aqueles que utilizam a internet para fazer aplicações ou para movimentá-las, a boa e velha caderneta de poupança lidera, com 80% de preferência. A boa notícia é que o aplicador começa a diversificar mais e o investimento em bolsa já aparece em segundo lugar, com 24%. Em seguida, ficaram os fundos de renda fixa, com 23%, e as carteiras de renda variável, com 13%.
Foram obtidas 565 respostas, provenientes de homens e mulheres, das classes A e B, com idade entre 21 e 49 anos, residentes em todo o Brasil. Os dados foram coletados entre agosto e setembro deste ano por meio de um questionário on-line. Entre os entrevistados, 56% eram dos sexo masculino e 64% tinham entre 21 e 29 anos.
É natural que a caderneta apareça em primeiro lugar, já que é a aplicação mais tradicional do país, diz Mauro Calil, professor do Centro de Educação e Formação de Patrimônio Calil & Calil. A comodidade do internet banking, o serviço on-line dos grandes bancos, para realizar investimentos na caderneta também contribui para esse favoritismo.
Realizar investimentos é um fenômeno relativamente novo no país e ainda há um desconhecimento grande de como fazer as aplicações, afirma Pyr Marcondes, diretor da ProXXIma. "Mas esse é um assunto que causa um fascínio muito grande; há desconhecimento sobre onde investir, mas existe também muita vontade de aprender", diz. "E o mundo digital viabiliza o acesso a esse conhecimento."
Dos que responderam à enquete, 29% disseram buscar informações sobre investimentos na internet semanalmente e 25%, diariamente. O fator mais importante na hora de decidir como aplicar é a segurança, com 51% das respostas. Não por acaso, a maioria dos entrevistados (61%) se classificou como conservadora, enquanto 31% acreditam ser moderados. Apenas 8% afirmaram ser arrojados quando o assunto é dinheiro.
Interessante também notar que os entrevistados tendem a consultar, em média, quatro meios de comunicação para buscar informações sobre como realizar aplicações via internet, diz Fábio Gomes, diretor-técnico da QualiBest. O destaque fica por conta dos sites especializados, jornais, sessões de economia em portais, além da consulta ao gerente do banco.
Os números mostram que, entre aqueles que aplicam em ações, o investimento é uma experiência recente: 50% deles aplica em bolsa há, no máximo, três de anos. Outros 28% investem em ações há menos de um ano. Esses investidores tendem a utilizar um home broker (sistema de compra e venda de ações via internet) ou o site de um banco para realizar suas transações.

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