segunda-feira, 15 de março de 2010

No Japão, Ameba Now desafia Twitter


Twitter tem um rival no Japão: um imitador chamado Ameba Now atingiu 1 milhão de usuários em três meses, desde seu lançamento, ao convencer mais de 2 mil celebridades japonesas a enviar "tweets" por meio de seu serviço.
Embora o Twitter seja popular no Japão, onde conta com 4,7 milhões de visitantes, de acordo com o instituto de pesquisa Nielsen NetRatings, o lançamento do Ameba Now representa um dos primeiros sinais da vulnerabilidade do site de microblogging à competição.
Muitas companhias novatas de internet se esforçam para criar versões locais de seus sites, da maneira mais rápida e eficiente possível, com o objetivo evitar falsificações em outros idiomas. O Twitter lançou seu serviço japonês em 2008, mas isso não impediu o Ameba Now de adaptar a ideia ao gosto local, ao ser lançado em dezembro.
"No Twitter seu nome de usuário tem de seguir o alfabeto romano, enquanto no Ameba você pode ter um apelido em caracteres japoneses", diz Eiko Nagayama, a criadora de 24 anos de idade do Ameba Now.
O sistema é desenhado para telefones celulares, o meio mais comum de usar as redes sociais no Japão, e admite o uso de ícones "smiley" - a combinação de caracteres que representam rostos sorridentes -, algo que falta no Twitter. O Ameba Now segue o limite de 140 caracteres por mensagem do Twitter, os chamados "tweets", para que os usuários possam publicar a mesma mensagem nos dois sites.
A arma secreta do Ameba, porém, são as celebridades. A Cyber Agent, que controla o site, tem um esquadrão de 10 pessoas que percorre as agências de talentos e os estúdios de TV de Tóquio para persuadir estrelas a usar o serviço. Os negócios centrais da Cyber Agent são a publicidade na web e os serviços on-line de câmbio. O Ameba é uma tentativa de ganhar impulso na mídia social.
A celebridade mais "seguida" é Mao, vocalista da Sid, uma banda de "J-Rock", ou rock japonês. As estrelas deram ao Ameba Now uma cultura diferente do Twitter. Em vez de enviar suas próprias mensagens, "eu acho que muita gente se conecta porque quer responder ou comentar as mensagens das celebridades", diz Eiko Nagayama. Cerca de 70% dos usuários do site são mulheres, uma diferença em relação ao Twitter, cujos usuários japoneses são, na maioria, homens.
A passividade dos usuários é um problema potencial para o Ameba. Segundo a Nielsen, os usuários ficaram sete minutos no site em janeiro, frente aos mais de 25 minutos dos usuários do Twitter. Como seu concorrente mais famoso, porém, o Ameba Now não sabe ao certo como ganhar dinheiro com sua popularidade, embora um modelo baseado na publicidade seja provável. "Por enquanto queremos aumentar o número de usuários o máximo que pudermos e, então, pensar em como fazê-lo funcionar como negócio", diz Eiko.

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