sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Investidor tira R$ 1,6 bi da bolsa, mas já retorna

Investidores externos levaram um susto com a instituição da cobrança de 2% de IOF e fugiram das ações brasileira

Os investidores externos levaram um susto na bolsa com a instituição da cobrança de 2% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e R$ 1,6 bilhão fugiu das ações brasileiras nos dois primeiros dias de vigência do tributo. O temor, porém, tende a ser passageiro.

No dia 20 houve saldo líquido negativo de R$ 1,262 bilhão, segundo dados oficiais da Bovespa. O valor corresponde a quase 20% do saldo líquido positivo de investimentos estrangeiros na Bovespa em outubro, antes do IOF entrar em cena, no dia 20, que era de R$ 5,019 bilhões. Já na quarta-feira, o saldo negativo foi bem menor e chegou a R$ 398,6 milhões, segundo dados das dez corretoras mais atuantes no mercado. Ainda sem números preliminares, o movimento foi ainda mais tranquilo ontem e o saldo caminha para ser positivo novamente, segundo profissionais do mercado.

A retomada pode ser gradativa. Um imposto de 2% não reduz a atratividade da Bovespa, diz o chefe de operações de renda variável da HSBC Corretora, José Augusto Miranda. "O mercado brasileiro continua sendo o que possui o maior potencial entre os emergentes", afirma.

Outro fator pode estar contribuindo para o fim da saída de recursos. Os investidores estrangeiros têm formas de continuar investindo na Bovespa sem pagar o IOF, usando os American Depositary Receipts (ADRs, recibos de ações negociados nos EUA) das empresas brasileiras. Eles podem comprar o ADR e solicitar ao banco custodiante desses títulos para convertê-los em ações da mesma empresa na Bovespa, sem pagar o imposto. A partir daí, estarão livres para comprar e vender ações no país.

Das 27 empresas brasileiras que negociam o lançamento de ADRs com o banco BNY Mellon, cinco pediram para acelerar o processo depois da taxação com o IOF. A informação é do diretor global de ADR do BNY Mellon, Michael Cole-Fontayn. A instituição é líder absoluta nesse mercado. Para Cole-Fontayn, o Brasil é "certamente um dos países de mais fácil acesso para o investidor internacional". Ele diz que a China tem fortes controles de capital externo, a Índia também os restringe e a Rússia está ampliando as restrições.

Fonte: Valor Online

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