quinta-feira, 30 de julho de 2009

Bovespa reduz ganho no final do pregão e sobe 1,38%

O desmentido de autoridades da China de que não vão colocar amarras no crédito e indicadores e balanços corporativos favoráveis na Ásia, na Europa e nos Estados Unidos transformaram a aversão ao risco da véspera em fumaça e garantiram um dia de ganhos às ações ao redor do globo. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o bom humor apagou as perdas da véspera. Mas o principal índice à vista, o Ibovespa, fechou longe das máximas, reduzindo os ganhos no final do pregão, comportamento também visto em Wall Street.

O Ibovespa subiu 1,38%, para fechar em 54.478,43 pontos. O índice operou em alta durante toda a sessão nesta quinta-feira, com mínima de 53.735 pontos (estabilidade) e máxima de 55.083 pontos (+2,51%). No mês, o Ibovespa acumula ganho de 5,86% e, no ano, de 45,08%. O giro financeiro somou R$ 4,696 bilhões. Os dados são preliminares.

Na avaliação de Nicholas Barbarisi, sócio e diretor de operações da Hera Investment, embora a Bolsa brasileira não tenha conseguido hoje superar a resistência dos 55 mil pontos há espaço para tal até mesmo amanhã, se os dados ajudarem, entre eles, a primeira prévia do PIB do segundo trimestre nos Estados Unidos. "A trajetória é de alta para a Bolsa, mas ela virá com muita volatilidade, como já foi vista nesta semana", comentou.

Os investidores hoje puderam escolher as informações que queriam repercutir nos negócios. A China, que ontem trouxe de volta a aversão a risco, hoje aliviou as preocupações, ao desmentir que vá impor controles à concessão de crédito, após um primeiro semestre recorde. Dentre os indicadores, o Japão anunciou alta de 8,3% na produção industrial do segundo trimestre, a maior desde o segundo trimestre de 1953; na Europa, a confiança do consumidor ficou acima do esperado em julho ao atingir 76 pontos, o maior nível desde novembro passado; na Alemanha, o número de trabalhadores que perderam o emprego em julho caiu inesperadamente,em 6 mil, ante previsão de aumento de 44 mil, em julho. Nos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego no país subiram menos que as previsões: +25 mil ante +34 mil estimados para a semana até 25 de julho.

Todos esses indicadores tiveram como pano de fundo uma leva de números positivos divulgados pelas empresas em seus balanços trimestrais. Na Ásia, destaque para os balanços de Honda e Nissan e, na Europa, agradaram Alcatel-Lucent, EDF e BT Group, só para citar alguns. Já nos EUA, os investidores fizeram boa leitura dos resultados de Motorola e MasterCard. Além disso, o Goldman Sachs elevou sua recomendação para os papéis da General Electric.

O Dow Jones fechou em alta de 0,92%, aos 9.154,46 pontos, o S&P 500 subiu 1,19%, aos 986,75 pontos, o Nasdaq avançou 0,84%, aos 1.984,30 pontos.

Em meio à expectativa de recuperação da economia global, os preços de commodities (matérias-primas) também inverteram o comportamento da véspera e subiram. Petrobras, Vale e siderúrgicas se sobressaíam, embora poucas ações do Ibovespa tenham fechado em baixa (apenas sete).

Vale, que ontem teve forte queda no after market após divulgar um balanço pior do que as projeções, hoje recuperou-se, depois de declarações de seus executivos de que a demanda por minério de ferro e níquel indica recuperação no segundo semestre. A mineradora anunciou queda de 84,2% do lucro líquido no segundo trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, para US$ 790 milhões (pelo padrão contábil norte-americano). Pelo padrão contábil brasileiro, o lucro líquido caiu 81,5% para R$ 1,46 bilhão.

Vale ON terminou em alta de 1,24% e Vale PNA avançou 0,50%. Gerdau PN avançou 2,37%, Metalúrgica Gerdau PN, 1,98%, Usiminas PNA, 3,61%, e CSN ON, 2,71%. Petrobras ON subiu 0,98% e PN, 1,04%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo com vencimento em setembro avançou 5,67%, para US$ 66,94 o barril.

TAM PN subiu 2,18% e Gol PN, 2,38%. O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) informou hoje que o preço do querosene de aviação (QAV) vai recuar 4,26% a partir do dia 1º de agosto, acumulando no ano queda de 20,27%. Por outro lado, a Anac informou hoje que a Gol/Varig e a Pantanal perderão espaço para pousos e decolagens (slots) no Aeroporto de Congonhas (SP) por descumprirem a exigência de manter um nível mínimo de regularidade dos voos.

Fonte: Portal Exame

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