terça-feira, 2 de junho de 2009

Dólar cai pelo oitavo dia seguido

SÃO PAULO - Pela oitava sessão consecutiva, a pressão vendedora deu o tom nos negócios no mercado de câmbio. A formação de preço por aqui refletiu o observado no mercado externo, onde o dólar testa mínimas não observadas desde dezembro do ano passado contra o euro e desde outubro contra a libra.

Por aqui, o dólar comercial caiu 1,48%, para R$ 1,922 na compra e R$ 1,924 na venda. Trata-se do menor preço desde 30 de setembro do ano passado, quando a moeda fechou ao R$ 1,904.

O Banco Central comprou dólares no período da tarde, pagando R$ 1,927, mas isso não impediu que o dólar encerrasse na mínima do dia.

Na roda de "pronto" da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F), a moeda recuou 1,58%, encerrando a R$ 1,922. O giro financeiro somou US$ 236,25 milhões, 78% maior que o registrado ontem. No interbancário, o volume também subiu, somando cerca de US$ 2,2 bilhões.

Segundo o diretor da Pioneer Corretora, João Medeiros, o jogo continua inalterado: o dólar segue pesado na mão do investidor e deve perder mais preço ante o real. Se continuar nessa tendência, a divisa deve buscar o R$ 1,80. "O Banco Central tira a velocidade, mas nunca muda a direção da taxa", diz.

Para Medeiros, a entrada de recursos externos continua como principal motivo de queda no preço da divisa estrangeira. Como exemplo desse movimento, o diretor cita a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) que no acumulado de maio até o dia 28, tinha saldo estrangeiro positivo em mais de R$ 6,1 bilhões.

Outro ponto de pressão é reflexo das discussões do governo tem torno da adoção de tributação para o capital externo. "Se o governo ameaça com impostos, tem um envio antecipado de recursos", pondera.

Ainda de acordo com o especialista, a sobra de dólares não é fenômeno exclusivamente brasileiro, já que a moeda também cai ante os principais pares de países desenvolvidos. "E isso é uma tendência. Tem dólares sobrando no mudo todo", diz Medeiros, lembrando do forte aumento na emissão de dívidas do governo americano.

(Eduardo Campos | Valor Online)

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