sexta-feira, 12 de junho de 2009

BHP e Rio Tinto podem sofrer sanções comerciais da China

SYDNEY (Reuters) - A China pode impor sanções comerciais à BHP Billiton e à Rio Tinto se as duas mineradoras fundirem as operações de minério de ferro na Austrália sem a aprovação das agências de concorrência chinesas, publicou o Sydney Morning Herald.

Na semana passada, a Rio Tinto desistiu de receber um investimento de 19,5 bilhões de dólares da estatal chinesa Chinalco e, em vez disso, propôs uma joint-venture com a concorrente BHP Billiton no setor de minério de ferro. A Rio também anunciou uma oferta de ações de 15,2 bilhões de dólares.

"De acordo com a legislação antitruste da China, nós podemos vetar um acordo de fusão do tipo se a concentração de negócios no exterior afetar a competição no mercado interno", disse Ma Yu, diretor do departamento de investimentos estrangeiros do Ministério do Comércio, segundo a reportagem feita em Pequim.

De acordo com o jornal, Ma também afirma que se a joint-venture for montada mesmo com a oposição da China, Pequim pode impor sanções comerciais contra a BHP e a Rio.

A joint-venture é uma ameaça para a China porque concentraria ainda mais a produção de minério de ferro, com os segundo e terceiro maiores produtores do mundo, Rio e BHP Billiton, combinando suas principais operações.

A Rio/BHP e a Vale controlam aproximadamente 70 por cento do comércio de minério de ferro do mundo.

O periódico afirma que a nova legislação antitruste da China permite que o país bloqueie acordos feitos no exterior, mas os mecanismos para a execução da lei permanecem incertos.

O plano das duas companhias foi anunciado ao mesmo tempo em que as negociações anuais sobre o preço do minério de ferro entre os fornecedores e os clientes chineses estão paralisadas por conta do pedido da China de uma redução maior que os 33 por cento acertados pela Rio com compradores japoneses e coreanos.

Na quinta-feira, o diretor da Associação Chinesa de Ferro e Aço, que lidera as negociações feitas pela China, disse que o grupo estava pronto para reduzir a produção de aço e abandonar as negociações anuais sobre o minério de ferro se as conversas fracassarem.

A China consome mais da metade do minério de ferro comercializado mundialmente.

(Reportagem de Jonathan Standing)

Fonte: O Globo.com

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