sexta-feira, 15 de maio de 2009

Ibovespa interrompe rali de nove altas semanais com baixa de 4,64% na semana

Por: Equipe InfoMoney
15/05/09 - 17h40
InfoMoney

SÃO PAULO - As tensões envolvendo o setor financeiro trouxeram de volta a cautela aos mercados no último pregão desta semana, que foi marcado também por dados preocupantes sobre a economiaeuropeia. Além do mau humor com bancos, os índice acionários de Wall Street foram penalizados também pelas preocupações envolvendo o setor automotivo do país.

Por aqui, a realização de lucros parece ter predominado ao longo da semana. De olho também na queda do valor das commodities, o Ibovespa terminou com baixa de 0,89% na sessão, de volta aos 49.007 pontos. Com este recuo, o índice interrompeu a impressionante sequência de nove avanços semanais consecutivos, com baixa acumulada de 4,64% nos últimos cinco pregões. O volume financeiro do índice totalizou R$ 4,13 bilhões.

Bancos, montadoras e economia
Além das tensões envolvendo as seguradoras norte-americanas que, na tentava de evitar a nacionalização, pediram auxílio governamental, a presidente da FDIC (Federal Deposit Insurance Corp), Sheila Bair, disse em entrevista a agência Bloomberg, que alguns CEO´s (Chief Executive Officer) de bancos norte-americanos poderão ser substituídos nos próximos meses. Apesar do viés da notícia ter sido corrigido em nota pelo órgão, os papéis de bancos enfrentaram forte baixa.

Também alimentou a cautela as tensões envolvendo o setor automotivo norte-americano. A General Motors poderá anunciar o fechamento de 1,1 mil concessionárias nos EUA, conforme fontes ligadas à montadora de Detroit. Tal movimento ocorre porque aproximadamente 120 mil automóveis não foram vendidos, o que equivale a um montante de US$ 2,5 bilhões. As papéis da montadora caíram 5,2% em reposta.

Do âmbito econômico também veio parte do mau humor nos mercados. O PIB (Produto Interno Bruto) da Zona do Euro marcou contração recorde de 2,5% no primeiro trimestre deste ano, conforme dados divulgados pela EuroStat, órgão oficial de estatística da União Europeia. Enquanto na maior economia do mundo, ainda que abaixo do previsto, a produção industrial de abril apresentou recuo de 0,5% em abril.

Petróleo, minério e alimentos
Influenciado pelo movimento negativo verificado nas bolsas norte-americanas, o Ibovespa terminou com desvalorização após os ganhos da véspera. Além da performance negativa de Petrobras, Vale e imobiliárias, outra vez a temporada de resultados trouxe pressão adicional ao negócios.

Reagindo à queda no preço do petróleo, os papéis preferenciais da petrolífera registraram baixa de 1,39% nesta sessão. Também influenciou a notícia de que a empresa não recebeu qualquer informação oficial sobre decisão da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) a respeito da prorrogação de prazo exploratório solicitada pela companhia.

Na temporada de resultados destaque para os fracos números reportados pelo setor de alimentos. A Perdigão registrou um prejuízo líquido de R$ 226 milhões no período, frente ao lucro de R$ 51 milhões registrado no ano passado. Já a Sadia anunciou perdas de R$ 239,1 milhões, comparadas aos ganhos de R$ 248,2 milhões um ano antes. Diante dos números, as ações de ambas recuaram nesta sessão.

No mesmo sentido, a JBS viu seus papéis caírem forte após a apresentação de um prejuízo líquido de R$ 322,7 milhões nos três primeiros meses de 2009, aumentando as perdas registradas no mesmo período do ano passado.

Extremos
No destaque de baixa do índice figuraram os papéis da ALL dois dias após a divulgação de seus números trimestrais. A empresa teve um prejuízo líquido de R$ 22,6 milhões no primeiro trimestre de 2009, aumentando as perdas registradas um ano antes, de R$ 300 mil.

Na outra ponta, destaque para a disparada dos papéis da Braskem, que estenderam os ganhos verificados na véspera.

Dólar sobe
O dólar comercial mostrou-se muito volátil nesta sessão. Após abrir a sexta-feira (15) com leve alta, a moeda norte-americana operou em queda durante boa parte da manhã. Contudo, após mais uma intervenção do Banco Central brasileiro no mercado cambial, a divisa dos EUA passou a apresentar valorização frente ao real, fechando o dia com alta de 1,35%, cotado a R$ 2,109.

Como tem acontecido nas últimas seis sessões, o Banco Central realizou um leilão para compra de dólares no mercado à vista. Tal operação ocorreu entre às 12h44 e às 12h54 (horário de Brasília). 

Vale destacar que, no momento em que a compra de dólares foi feita, a moeda norte-americana operava com queda de 0,09%. Após a realização do leilão, a divisa passou a apresentar valorização gradativa frente ao real. 

Ainda por aqui, a variação nos preços medida pelo IGP-10 no período de trinta dias até 10 de maio apresentou inflação de 0,17%, recuperando levemente o recuo de 0,71% apresentado no mês de abril. O resultado foi influenciado pelo movimento dos preços no atacado.

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