quinta-feira, 21 de maio de 2009

Bolsa cai 2,26% com realização de lucros e Reino Unido

21 de Maio de 2009 | 17:52
Depois de dois dias de moderação, investidores realizaram lucros hoje e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em baixa de mais de 2%. Embora as justificativas para a venda de papéis sejam bem razoáveis - uma delas o rebaixamento da perspectiva do rating do Reino Unido -, a avaliação sobre o mercado doméstico não mudou: o movimento de vendas é saudável e a trajetória de alta não se dissipou. Vale e siderúrgicas estiveram à frente das vendas, empurradas, entre outras coisas, pela queda dos preços dos metais que, ao lado do petróleo, também sentiram o peso do noticiário.

O índice Bovespa (Ibovespa) terminou o dia em baixa de 2,26%, aos 50.087,33 pontos. Nestas três sessões seguidas de queda, perdeu 2,67%, o que não mudou a trajetória do mês, que ainda exibe alta de 5,92%. No ano, a Bolsa acumula ganhos de 33,39%. Na mínima do dia, o índice tocou os 49.565 pontos (-3,28%) e, na máxima, os 51.244 pontos (estabilidade). O giro financeiro totalizou R$ 4,577 bilhões (dado preliminar).

O movimento de queda do Ibovespa, segundo a sócia-gestora da Global Equity, Patrícia Branco, teve início ontem, com a ata da última reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que previu uma recessão mais profunda do que a originalmente prevista para os EUA em 2009. "Não houve tempo suficiente ontem para cair o que deveria", comentou a especialista, ao acrescentar que, hoje, o movimento de vendas se manteve com as notícias vindas do Reino Unido.

A agência de classificação de risco Standard & Poor's reduziu a perspectiva do rating do Reino Unido de estável para negativa, levando em conta a deterioração das finanças públicas do país. A notícia por si só já é ruim, mas também levantou o temor sobre o rebaixamento da dívida do governo dos EUA - e não só, de outras grandes economias também, ainda mais que houve um afrouxamento monetário justamente para fazer frente à crise financeira. Assim, as Bolsas norte-americanas recuaram, ainda com os efeitos dos dados sobre os pedidos de auxílio-desemprego da última semana.

A queda das bolsas também levou a um recuo nos preços das commodities, mas o petróleo conseguiu ainda manter-se acima dos US$ 60 por barril. O contrato com vencimento em julho terminou cotado a US$ 61,05 na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), em baixa de 1,60%. A desvalorização, hoje, acompanhou o desempenho do mercado acionário, mesmo movimento visto nos metais.

No Brasil, as ações da Petrobras perderam menos terreno que as da Vale. As ações ordinárias (ON) da Petrobras recuaram 1,93% e as preferenciais (PN), -1,96%. Vale pesou mais sobre o Ibovespa hoje, em meio ao corte feito pelo Morgan Stanley na recomendação da empresa. Além disso, a novela da negociação do preço do minério de ferro continua no ar e, hoje, a agência de notícias estatal chinesa Xinhua disse que as siderúrgicas daquele país estão reivindicando um desconto de 40%.

Vale ON terminou o dia em queda de 4,06% e Vale PNA, -2,97%. As siderúrgicas acompanharam o recuo: Gerdau PN perdeu 2,78%, Metalúrgica Gerdau PN, -3%, Usiminas PNA, -2,91%, e CSN ON -3,40%.

Fonte: Portal Exame

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