quinta-feira, 23 de abril de 2009

Volume negociado dobra em março e soma R$ 179 milhões

O volume financeiro movimentado no Tesouro Direto, sistema eletrônico de negociação de títulos públicos federais voltado para o investidor pessoa física, mais do que dobrou em março em relação ao mesmo período de 2008. No mês passado, as vendas atingiram R$ 179 milhões, o melhor resultado para o período desde a criação do programa em janeiro de 2002. Na comparação com fevereiro deste ano, houve aumento de 69,8% nas vendas.
No topo da demanda continuam os títulos prefixados, como as Letras do Tesouro Nacional (LTN, que pagam os juros no vencimento) e Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-F, com juros pagos semestralmente), com participação de 39,14% no total das vendas no mês. "Com a redução da taxa Selic, o investidor teve uma inclinação natural a correr mais risco em busca de prêmios", afirma o economista-chefe da Gradual, Pedro Paulo da Silveira. 
Um exemplo, aponta Silveira, é a perda de patrimônio que vêm enfrentando os fundos DI, que acompanham a taxa Selic. Neste ano até o dia 16, dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) mostram resgates líquidos na categoria de R$ 2,2 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhão só em março. 
Para o economista, ainda há prêmio no mercado de prefixados. A conta que o investidor tende a fazer é comparar o rendimento oferecido pelo título com a taxa Selic atual. Uma LTN com vencimento em janeiro de 2012, por exemplo, está pagando 11,41% ao ano, acima dos 11,25% da Selic. Já a NTN-F oferece uma taxa de 11,61%. Vale destacar que a perspectiva é de continuidade de corte no juro, para até 9,25% ao ano em dezembro deste ano e 9,50% no fim de 2010.

Silveira ressalta que, na compra direta do título público, o investidor tende a sentir menos as oscilações de preços do que num fundo. O risco, alerta o economista, é o investidor precisar vender os papéis antes do vencimento e se deparar com taxas mais altas, o que significará que sua aplicação perdeu valor. 
Os títulos indexados ao IPCA (NTN-B e NTN-B Principal) apareceram em seguida na preferência do aplicador, com 38,1% do volume negociado em março. Os papéis indexados à taxa Selic, as LFT, abocanharam 22,8% do total.
Para Silveira, papéis atrelados à inflação sempre são recomendados dada a característica defensiva. "Ter pelo menos uma parcela do patrimônio indexada a índices de preços funciona como proteção contra a inflação, especialmente se os recursos forem de longo prazo, para o pagamento da faculdade dos filhos pequenos, aposentadoria", destaca. A NTN-B, por exemplo, garante um fluxo semestral de recursos já que paga juros a cada seis meses, taxa hoje que está na casa de 7,2% ao ano para os títulos com vencimento em 2045.
Em março, os títulos atrelados à inflação já representavam 44,9% do estoque total de títulos, que chegou a R$ R$ 2,7 bilhões (alta de 70,4% em relação ao mesmo período de 2008). A fatia dos prefixados era de 37,7% e a dos pós-fixados, 17,4%. O número total de investidores cadastrados no fim de março atingiu 153.723, sendo 2.446 os novos participantes. O valor médio por operação foi de R$ 18.110,54. 
Com o objetivo de popularizar o Tesouro Direto, a BM&FBovespa colocou em seu site ontem uma seção com conteúdo específico sobre o tema: www.bmfbovespa.com.br/tesourodireto. O portal passou a oferecer também um curso online para explicar como investir no Tesouro Direto.


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