segunda-feira, 13 de abril de 2009

Bolsa volta ao patamar de outubro

São Paulo, 13 de Abril de 2009 - A aversão a risco parece mesmo ter se dissipado dos principais mercados acionários mundiais, diante de um forte movimento comprador visto nos últimos pregões. A bolsa brasileira seguiu a tendência externa, também ajudada pela forte valorização das matérias-primas (commodities) no mercado internacional e, ao final dos negócios de quinta-feira, marcou alta de 3,07%, aos 45.538 pontos. O giro financeiro somou R$ 5,09 bilhões.

"As notícias ruins acabaram. Acredito que não haja grande bomba por vir. Mas isso não significa que a economia real melhorou", afirma Guilherme Mazzilli, gestor de renda variável do Daycoval Asset Management. A elevação das commodities no mercado internacional impulsionou as blue chips Petrobras e Vale que, por consequência, ajudaram o Ibovespa a voltar ao patamar de 2 de outubro de 2008.

O principal foco de atenção dos investidores, porém, foi a cena externa. A quinta-feira, véspera do feriado de Páscoa, começou com a elevação inesperada nos pedidos de maquinários no Japão, primeira alta nos últimos cinco meses, impulsionada por uma aparente recuperação no ramo não-industrial. Na Europa, o Banco da Inglaterra, decidiu manter a taxa básica de juros do Reino Unido em 0,5% ao ano, após seis cortes consecutivos que a colocaram em seu mínimo histórico. A decisão do BC britânico é explicada pela pouca margem de manobra que resta para combater a recessão por meio da redução de juros.

Nos Estados Unidos, o otimismo veio do mercado de trabalho. As novas solicitações de auxílio-desemprego recuaram 20 mil na semana encerrada dia 4 de abril, já com ajustes sazonais realizados. O número de solicitações passou de 674 mil pedidos para 654 mil solicitações no período em análise.

Além do cenário favorável às instituições financeiras norte-americanas - todos os 19 grandes bancos do passaram nos testes de estresse do governo - o resultado antecipado do Wells Fargo, quarto maior dos Estados Unidos, também surpreendeu positivamente os analistas. O banco registrou lucro de US$ 3 bilhões no primeiro trimestre, ou US$ 0,55 por ação. No lado econômico, o déficit comercial dos EUA caiu para US$ 26 bilhões em fevereiro, abaixo do esperado e o menor desde 1999.

No mercado local, as ações ordinárias (ON) do Banco do Brasil continuaram apresentando forte desvalorização após o anúncio da saída de Antonio Francisco Lima Neto da presidência da instituição. Ao final dos negócios os papéis da instituição recuaram 2,13%, cotados a R$ 16,98. Em contrapartida, os papéis do setor de consumo doméstico, que vinham em forte queda por conta de uma perspectiva de retração da economia, foram o destaque de alta de sessão de quinta-feira.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Vanessa Correia/InvestNews)

Fonte: Gazeta Mercantil

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