terça-feira, 10 de março de 2009

Terça-feira minimiza temor com bancos e rende disparada às bolsas

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
10/03/09 - 18h20
InfoMoney

SÃO PAULO - A terça-feira (10) minimizou a preocupação do mercado internacional com a saúde dos bancos. Com sérios problemas, o Citi finalmente deu sinal de vida e proporcionou uma sessão de euforia nas bolsas pelo mundo. Wall Street viveu seu melhor pregão de 2009 e trouxe o Ibovespa de volta para saldo positivo no acumulado do ano, ofuscando em parte a confirmação do pior trimestre para a economia brasileira em 12 anos.

O sentimento que contagiou a disparada das bolsas foi de que o pior já passou para os bancos. Tal impressão veio de memorando interno de Vikram Pandit, CEO (Chief Executive Officer) do Citigroup: "Estou encorajado pela força de nossos negócios no início de 2009", confidenciou. Pandit pontuou o atual ambiente do setor como o melhor trimestre operacional do Citi desde 2007.

A injeção de ânimo de Pandit teve rápida repercussão. As ações do Citi fecharam com alta de 38% e o bom humor se estendeu aos demais ativos do setor, que também dispararam. Chegou na bolsa brasileira, com destaque para ações preferenciais de Itaúsa, que subiram 8,8%, e para as units do Unibanco, que ganharam 7,2%.

O setor financeiro foi mesmo o tema do dia. Em discurso, o presidente do Fed, Ben Bernanke, defendeu maior regulação do setor. Pediu mudança na mentalidade relativa a instituições "muito grandes para falir", com a confiança excessiva em garantias governamentais. 

Vale e Petrobras
Mesmo com o recuo de quase 3% dos contratos futuros de petróleo em Nova York, a ação da Petrobras ajudou a dar amplitude para a valorização do Ibovespa. A estatal petrolífera se recuperou com os olhares para nova descoberta de hidrocarbonetos, agora na bacia de Recôncavo, localizada na região Nordeste. Suas ações subiram mais de 5%.

Amparada pela alta dos metais básicos, principalmente cobre e níquel, a Vale conseguiu encontrar recuperação. Os papéis da mineradora encerraram a terça-feira com altas de 7,4% e 6,2%, respectivamente ordinários e preferenciais classe A.

PIB
O forte movimento das ações foi contagiado pelo otimismo de raiz externa, ofuscando em parte a preocupação inicial com os fracos dados da atividade econômica brasileira. O Produto Interno Bruto referente ao quarto trimestre do ano passado apontou recuo de 3,6% em relação aos três meses anteriores. Foi a maior queda da série histórica, iniciada em 1996.

Os investidores também atuaram na expectativa pelo resultado da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), programado para a próxima quarta-feira.

Ibovespa sobe 5,59%
Com o bom humor externo e a ajuda de bancos e das blue chips Vale e Petrobras, o Ibovespa registrou sua segunda maior variação positiva de 2009. O índice fechou com valorização de 5,59%, cotado a 38.794 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 4,46 bilhões. 

Com a forte alta desta terça-feira, o Ibovespa voltou a ter saldo positivo no acumulado do ano, de 3,31%.

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