quinta-feira, 26 de março de 2009

Seja mero rali de Bear Market ou algo mais, onda de otimismo rende recordes

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
26/03/09 - 19h57
InfoMoney

SÃO PAULO - A pergunta que todos querem saber é se esta tendência recente se classifica apenas como repique, um mero rali de Bear Market, ou pode ser algo mais. Avaliando o movimento das bolsas em si, inegável é o fôlego que março trouxe. Ainda sem decidir entre as duas opções, o mercado segue acumulando ganhose já destaca alguns recordes positivos, algo que há tempos não era visto.

As últimas três semanas são impressionantes. O índice norte-americano Standard & Poor's 500 está muito próximo de selar seu melhor mês desde 1974. Desde o último dia 6 de março, S&P 500, Nasdaq e Dow Jones já acumulam mais de 21% de valorização. Os mesmos índices levaram cerca de sete meses para oficializar o Bear Market; acumular 20% de queda.

Metade até o recorde histórico
A onda de otimismo começou lá fora e contagiou a bolsa brasileira. Nestas três semanas, o Ibovespa tem saldo positivo de 14,7%. Considerando os 42.588 pontos do fechamento da quinta-feira (26) e os 29.435 pontos de seu fundo do poço até então, lá do final de outubro, o índice doméstico aponta recuperação de 44%. Quase a metade do caminho até seu recorde histórico de 73.516 pontos, de maio do ano passado.

Emergentes com força
Lado a lado, os MSCIs - índices globais de ações - da cesta de emergentes e dos países desenvolvidos sobem forte ambos, mas destoam na magnitude da alta acumulada. O MSCI Emerging Markets acumula 20% de saldo em março, maior alta mensal desde que foi criado pelo Morgan Stanley em 1987. O MSCI World of developed-nations fica no meio, com ganho de 11,2% no mês.

Otimismo
De fato, a bolsa brasileira se situa entre o desempenho das economias mais maduras e outros emergentes que puxam o maior vigor do MSCI Emerging Markets. Nesta quinta-feira, a equipe do Barclays mostrou confiança na retomada da demanda chinesa, que em sua visão deve alavancar exportações de países como o Brasil e garantir crescimento econômico em 2009. 

À agência Bloomberg, o analista Tom Wirth disse nesta sessão que não ficaria surpreso se o rali carregar o S&P 500 até 1.000 pontos. "É um indicador após o outro melhor que as expectativas".

Cautela
Por outro lado, outros demonstram maior ceticismo, como o FMI, que projetou na véspera recessão na América Latina. O economistaNouriel Roubini, apelidado pelo mercado de Dr. Doom, ainda projeta estatizações de bancos e pressões inflacionárias pelos próximos três anos. Para ele, é apenas rali de Bear Market.

Enquanto o debate persiste, o mercado vai acumulando seus ganhos.

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