quinta-feira, 19 de março de 2009

Bolsa olha para commodities, desafia perdas de Wall Street e garante terceiro avanço

Por: Equipe InfoMoney
19/03/09 - 17h35
InfoMoney

SÃO PAULO - O ceticismo quanto a efetividade das medidas anunciadas pelo Federal Reserve tingiu os índices de Wall Street de vermelho no penúltimo pregão desta semana. De forma irônica, a percepção positiva que descolou o mercado brasileiro veio especialmente destas medidas. Guiado por Petrobras, Vale e siderúrgicas, o Ibovespa encontrou espaço para a sua terceira valorização consecutiva, mais ainda assim limitada pelo fraco desempenho do setor financeiro.

A compra de até US$ 300 bilhões de Treasuries de longo prazo e o aumento para US$ 750 bilhões das aquisições de títulos lastreados em hipotecas se uniram às declarações favoráveis do primeiro-ministro chinês Wen Jiabao e proporcionaram acentuada elevação ao preço do petróleo e dos metais. Para completar, o Tesouro dos EUA declarou que o programa chamado de Auto Supplier Support Program irá disponibilizar até US$ 5 bilhões em financiamento para fornecedoras de automóveis.

Fatores limitadores também vieram do âmbito econômico. O governo federal revisou pela quarta vez sua projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2009. De crescimento de 3,5% estimado anteriormente, a nova aposta é de avanço de 2%. A ata do Copom (Comitê de Política Monetária) também esteve em destaque, reforçando as preocupações com o cenário econômico ao mesmo tempo em que reiterou as impressões de redução contínua do risco inflacionário.

Vindo de três pregões consecutivos de ganhos, os ativos do setor financeiro encontraram o ceticismo dos investidores com relação às medidas anunciadas pelo Banco Central norte-americano e tiveram fortes perdas. Os papéis de Citigroup, Morgan Stanley e JP Morgan fecharam com queda de 16%, 13% e 8% respectivamente. A agenda externa também alimentou certa cautela, com o nível de atividade industrial na região da Filadélfia apresentando recuo em março.

Descolamento
O bom desempenho dos papéis de companhias produtoras de materiais básicos deu suporte ao descolamento do Ibovespa, que encontrou espaço para a terceira valorização consecutiva.

Os ganhos das ações da Petrobras, da Vale e do setor siderúrgico foram guiados pela forte valorização dos preços do petróleo e dos metais, por sua vez, influenciados pelas referências positivas oriundas dos EUA e da China.

Por outro lado, impedindo maior amplitude à alta do índice, os papéis do setor financeiro acompanharam as desvalorizações de seus pares no exterior e registraram fortes perdas. Entre os focos de baixa estiveram os ativos de Unibanco e Bradesco, com baixas de mais de 3%.

Ibovespa sobe 0,78%
No terceiro pregão consecutivo de ganhos, o Ibovespa fechou com alta de 0,78%, a 40.453 pontos, maior patamar em um mês. O volume financeiro do índice totalizou R$ 4,674 bilhões.

Fonte: Infomoney

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