terça-feira, 2 de dezembro de 2008

BOLSAS: Ásia em baixa após confirmação de recessão nos EUA

As bolsas da Ásia fecharam em queda nesta terça-feira, afetadas pela confirmação de que a economia dos Estados Unidos está em recessão desde 2007. A notícia, somada a publicação de indicadores econômicos abaixo do esperado e a atuação emergencial dos bancos centrais do Japão e da Austrália - para estimular as economias locais, deterioraram o ânimo dos investidores e incentivaram a venda de ações nos pregões.

O Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA (NBER, sigla em inglês) informou ontem que a economia norte-americana está em recessão há doze meses. A evidência de uma retração se fez sentir durante meses: produção reduzida, salários estagnados e centenas de milhares de demissões. A confirmação derrubou os mercados na Europa e em Wall Street.

Na Ásia, o cenário não poderia ser diferente. Entre os principais índices da região, o Nikkei 225 de Tóquio teve forte baixa de 6,35%, para 7.863,69 pontos, também influenciado negativamente pela desvalorização do dólar ante o iene. A divisa norte-americana encerrou o dia cotada a 93,17 ienes, contra 95,24 ienes da última sessão.

O setor exportador nipônico liderou as perdas no pregão. As ações daItochu, por exemplo, despencaram 12,21%. Grandes companhias que exportam para os EUA, como CanonSony e Honda perderam 6,22%, 4,63% e 6,86%, respectivamente. Já os papéis da Toyota caíram 3,57%, afetados também pelo anúncio de que a empresa reduzirá em 10% o pagamento de bônus para aproximadamente 5.000 diretores.

Ainda hoje, o Banco do Japão (BoJ, central) optou por manter inalterada a taxa básica de juros, atualmente fixada em 0,30% ao ano, após o término de uma reunião extraordinária. A autoridade monetária decidiu também aceitar, como garantia dos empréstimos que concede aos bancos comerciais, obrigações do setor privado de qualidade média.

Na Coréia do Sul, o índice Kospi de Seul recuou 3,34%, para 1.023,20 pontos. A revisão para baixo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que avançou 0,5% entre julho e setembro deste ano, em relação ao trimestre anterior, deteriorou as perspectivas para o futuro da economia local. Além disso, as cinco maiores fabricantes de veículos sul-coreanas também reportaram quedas nas vendas de novembro, afetadas principalmente pelo recuo da demanda doméstica.

Em Hong Kong, o indicador referencial Hang Seng caiu 4,98%, para 13.405,85 pontos. Na China, o índice Xangai Composto teve ligeira perda de 0,26%, para 1.889,63 pontos. Já em Sydney, o All Ordinaries perdeu 4,02%, para 3.473,40 pontos, mesmo com a atuação da autoridade monetária local para estimular a economia do país.

Banco Central da Austrália reduziu hoje a taxa básica de juros em 1%, para 4,25% ao ano. É o menor nível do juro australiano em seis anos. Além disso, a decisão também representa a maior série de cortes na taxa básica realizada no país desde a recessão em 1991.

No mercado de commodities, os preços do petróleo atingiram durante a madrugada os US$ 47,58 por barril, registrando o menor valor desde 20 de maio de 2005. Há instantes, o barril era negociado a US$ 48,00 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (NYMEX, sigla em inglês), alcançando uma queda de 2,60%. Desde 11 de julho de 2008, quando atingiu o recorde de US$ 147,27 por barril, os preços da commodity já recuaram 67%.

Fonte: (Marcel Salim - InvestNews)

Nenhum comentário:

Postar um comentário