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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Na era do iPad, Quanta luta para lucrar

A boa notícia para Barry Lam: sua empresa Quanta Computer, sediada em Taiwan, é a maior fabricante terceirizada de laptops. Ela produz aparelhos para Hewlett-Packard, Lenovo, Sony e outras grandes marcas. A má notícia: ele ainda depende da área dos laptops. O problema, em poucas palavras, são os tablets. O sucesso estrondoso do iPad da Apple desencadeou o aparecimento de uma grande quantidade de aparelhos concorrentes que corroeram as vendas dos PCs, segundo a empresa de pesquisa IDC. Lam, que fundou a Quanta em 1988, desqualifica a maioria dos tablets, que considera imitações do iPad. "Nós só trabalhamos com clientes que têm um modelo de negócios exclusivo", diz ele.
A grande aposta de Lam no mercado de tablets é o Kindle Fire, da Amazon.com, que foi lançado na segunda-feira, por US$ 199. A Quanta está fabricando o aparelho e deverá entregar ao menos 5 milhões deles no último trimestre de 2011, segundo o analista Steven Tseng, da Samsung Securities. Lam não quis comentar sobre seu relacionamento com a Amazon devido a acordos de confidencialidade. "Pelo que você leu sobre o Kindle Fire na imprensa", diz ele, "o modelo de negócios é muito eficiente". A Quanta também fabrica o PlayBook para a Research In Motion (RIM), diz Tseng.
A fabricação de tablets poderá se revelar um negócio de maiores margens para a Quanta do que a de laptops. Nesse setor, onde há muito pouco que diferencie um laptop da HP de um da Dell ou da Lenovo, os clientes da Quanta se concentraram ao máximo em extrair as menores frações de lucros das empresas que lhes prestam serviços. Essa pressão sobre as margens tornou decisivo para a Quanta produzir o maior volume possível de aparelhos. "Tudo girava em torno dos volumes", diz Tseng. "No passado, não havia problema em ser espremido, porque os volumes cresciam. Mas não crescem mais."
Gigante na produção de computadores portáteis, Quanta aposta nos tablets que custarão US$ 199
A Amazon não está tentando ganhar muito dinheiro com o aparelho. Seu principal executivo, Jeff Bezos, calcula que seu tablet, que tem uma tela de 7 polegadas, será um aparelho de compras de mão que estimulará os consumidores a comprar mais música, blusões e tudo o mais da Amazon. A visão de Bezos tira parte da pressão dos ombros da Quanta, diz Alberto Moel, analista-sênior de Hong Kong da Sanford C. Bernstein. Se você é Barry Lam, "os caras dos PCs vêm para cima de você como um enxame", diz ele. "Cada dólar que extraem da Quanta é um dólar a mais nos seus lucros. No caso da Amazon, o estímulo para obter o preço mais enxuto não é tão alto porque ela pode ganhar seu dinheiro de outras maneiras." Moel estima que a Quanta tenha uma margem de lucros bruta de 4,6% sobre o Kindle Fire, comparada a 3,2% com laptops. "Isso pode ser um bom impulsionador dos lucros para a Quanta", diz Moel. A Bernstein prevê que os lucros crescerão 21% este ano, para US$ 765 milhões, sobre US$ 37 bilhões em vendas.
Há limites aos benefícios que o novo tablet da Amazon pode trazer para a Quanta, no entanto. A Amazon já está se preparando para mais um modelo do Kindle Fire, desta vez com uma tela de 10 polegadas, mas esse negócio será destinado à Foxconn, concorrente da Quanta, segundo a Samsung Securities e a Bernstein. Para a Quanta, a receita anual gerada pelo tablet da Amazon poderá alcançar até US$ 2 bilhões até 2015, segundo Moel, da Bernstein. Isso não representará, no entanto, mais do que 8% da receita da Quanta.
Daí a necessidade, para Lam, de estudar suas alternativas. Ele fala entusiasmado da computação na nuvem e se apressou, mais do que outras fabricantes de Taiwan, em atender à crescente demanda por servidores e aparelhos de armazenagem de clientes como Amazon, Facebook e Google. No passado, as empresas compravam seus servidores de marcas de maior destaque, como a Dell ou a HP, mas Lam argumenta que elas podem ter o mesmo resultado ao adquirir servidores de preço mais baixo da Quanta. Esses clientes "não se importam com a marca, não precisam da assistência técnica pós-venda e não querem despesa com equipe de vendas", diz Lam. Com os servidores, a Quanta contabiliza margens brutas de mais de 10%.
Mesmo assim, a empresa provavelmente não fabricará enormes volumes de tablets ou de servidores sem marca como no caso de laptops. Isso está empurrando Lam de volta para os braços de seu primeiro amor. Ele tem esperanças de que os ultrabooks - uma nova categoria de laptops superdelgados, que visam se assemelhar ao fino MacBook Air da Apple - terão grande sucesso junto aos consumidores. Grandes fabricantes de PCs, como a Acer, lançarão no mercado seus primeiros ultrabooks este ano e pretendem estrear muitos mais no ano que vem. Apesar da ascensão do iPad e de suas muitas imitações, Lam recusa insinuações de que a era do laptop tenha acabado. "Não, não. Ainda temos uma demanda muito sólida", afirma ele. "O laptop é um instrumento de trabalho. O tablet nada mais é do que uma tela para exibição de conteúdo." (Tradução de Rachel Warszawski)
Fonte: Valor

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Site de vídeo planeja ir além dos EUA

Para um site da internet que desde que foi lançado, há três anos, vem abalando o mundo dos vídeos on-line, nada mais justo que uma visita à sede do Hulu em Los Angeles coincidisse com um pequeno terremoto.
O tremor de magnitude 5.4 foi forte o suficiente para assustar algumas pessoas nos escritórios em reforma do Hulu. Sinais com os dizeres "Em obras", pendurados em portas e paredes, alertam para as mudanças para a acomodação das equipes de técnicos e vendas, que estão crescendo.
Mas para Jason Kilar, o ex-executivo da Amazon que comanda o Hulu desde o seu lançamento em 2007, terremotos e reformas no escritório não são distrações para o que ele tem em mente: transformar o site no principal destino do mundo para vídeos on-line produzidos de maneira profissional.
O terremoto coroou alguns dias tumultuados para o Hulu, que na semana passada lançou seu serviço de assinaturas nos Estados Unidos. Ao custo de US$ 9,99 por mês, o Hulu Plus pretende transformar alguns dos 30 milhões de usuários mensais do Hulu em clientes pagantes, gerando uma nova fonte de receitas para o Hulu e seus acionistas:News CorporationWalt DisneyNBC Universal e Providence Equity Partners.
"Se você olhar para o que o Hulu fez desde 2007, verá que ele passou de uma companhia que não tinha nome para uma marca adorada por um grande número de consumidores", afirma Kilar.
O site foi estabelecido originalmente pela News Corp. e pela NBC como uma plataforma de conteúdo de TV e cinema de produção profissional, que pudesse oferecer uma concorrência vigorosa para o YouTube, que na época alarmava as companhias de mídia com o ritmo de seu crescimento. A News Corp., que controla a rede de televisão Fox TV, e a NBC queriam um ponto de venda para as suas programações que elas pudessem controlar: a Providence Equity Partners e a Walt Disney, que controla a rede de TV ABC, entraram como acionistas nos anos posteriores, o que permitiu ao Hulu melhorar a programação de seu serviço ? com filmes e programas de TV de mais de cem fornecedores - e preparar o terreno para a sua expansão internacional.
O serviço de assinaturas Hulu Plus é a próxima fase do desenvolvimento da companhia. Ele está disponível em um grande número de aparelhos e a companhia firma acordos individuais com empresas de produtos eletrônicos de consumo, e desenvolve aplicativos específicos para o iPhone da Apple, tocadores Blu-ray da Samsung e o console portátil de videogames PlayStationPortable da Sony. Em breve, estará disponível nos televisores Bravia da Sony, no serviço X-Box 360 da Microsoft e no PlayStation 3 da Sony.
Kilar diz que a meta foi tornar o serviço de assinaturas disponível em alta definição sempre que os consumidores quiserem assistir TV. "Reconhecemos uma necessidade que não era atendida."
Isso é diferente de seu modelo anterior de um serviço baseado em um navegador que podia ser visto apenas em computadores, e reflete a mudança de comportamento do consumidor e o apetite por conteúdo em outros aparelhos que não os televisores. "É muito mais difícil desenvolver uma interface personalizada para o consumidor e um software que seja específico para cada aparelho. Mas acreditamos que o cliente percebe e aprecia isso."
Antes do lançamento do serviço de assinaturas, o Hulu ganhava dinheiro com a publicidade que acompanhava o vídeo. As receitas somaram US$ 100 milhões em 2009, segundo Kilar, com a companhia rumando para superar esse número já no terceiro trimestre. "Já somos lucrativos há três trimestres sucessivos."
site gratuito do Hulu continuará sendo uma parte importante de seus negócios, afirma o executivo. "O Hulu terá vida longa e vai prosperar. Sempre acreditamos que as assinaturas seriam uma parte importante dos serviços oferecidos."
Pode ser verdade, mas ao lançar o serviço pago, Kilar apaziguou alguns de seus acionistas mais ansiosos, que pressionavam por um modelo de assinaturas há tempos e estavam ficando preocupados com o ritmo de mudança de um site que, até a semana passada, dependia completamente da propaganda.
Kilar insiste que o conselho de administração do Hulu, onde concorrentes do setor de mídia sentam-se uns ao lado dos outros, é um lugar pacífico e feliz.
Fonte: Valor