quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Google entra em turismo on-line para diversificar receita


O Google acaba de lançar no mercado americano serviços voltados para a área de turismo, como parte da sua estratégia para reduzir a sua dependência em relação à publicidade on-line. Em visita ao Brasil, Alex Diaz, gerente global de produtos do Google, reúne-se hoje com empresários brasileiros em busca de parceiros para desenvolver a versão local das ferramentas (serviços) "o mais rápido possível".
"Não são ferramentas que dependem exclusivamente da tecnologia de que dispomos, mas de parceiros", afirma Diaz. Antes dessa apresentação em grande escala, o Google já havia fechado parceria com os sites Decolar.com e Submarino Viagens, com a empresa de turismo CVC e o grupo hoteleiro Marriott.
Os sistemas de busca de hotéis (Google Hostel Finder) e de voos (Google Flights) foram desenvolvidos com tecnologia da americana ITA Software, comprada pelo Google adquiriu há cinco meses, por US$ 700 milhões. A ITA tinha um software de algoritmo para pesquisa de passagens aéreas por data, faixa de preço e trechos, entre outras opções.
"Combinamos os algoritmos com a interface mais amigável do Google e nossa capacidade de pesquisa rápida", afirma o executivo. A ferramenta de busca de voos possibilita ao usuário interessado em viajar várias opções para pesquisa de passagens. E também oferece uma opção de reserva de voo no próprio site do Google, no caso das companhias aéreas que fecharam parceria com a gigante de internet. Essas companhias pagam uma taxa por voo reservado. No caso das demais empresas, fica disponível o link de acesso para suas respectivas páginas.
O sistema de busca de hotéis foi desenvolvido seguindo os mesmos padrões do serviço de busca de voos. Thiago Machado, diretor de negócios para turismo do Google no Brasil, aponta como diferencial a visualização dos resultados em uma só página. De acordo com pesquisas baseadas nas buscas de usuários feitas no Google, os viajantes acessam, em média, 20 sites diferentes para tomar suas decisões de viagem. "A ideia é tornar mais fácil a vida do internauta comum e de pequenas agências de turismo", afirma.
O Google não informa a previsão de receita com o serviço de turismo. Diaz observa que o turismo movimenta US$ 150 bilhões ao ano no mundo e cresce a uma taxa média de 8%. A companhia já se beneficiava desse mercado, com a venda de links patrocinados. Entre 2005 e 2010, o volume de anúncios turísticos cresceu 18 vezes, diz Machado.
Mas, competir na oferta de serviços como o de reservas de passagens será um pouco mais complicado do que oferecer links patrocinados - segmento que o Google lidera com segurança. A companhia vai enfrentar competidores já consolidados no mercado, como Kayak, TripAdvisor, Bing Travel, Expedia e Orbitz.
Diaz, no entanto, está confiante de que o Google pode atingir uma participação significativa de mercado, sobretudo com o lançamento de outros serviços já em desenvolvimento. Entre eles estão estudos sobre tendências de consumo para agências de turismo e aplicativos para smartphones.
A empreitada pode ajudar o Google a reduzir sua dependência de anúncios. No primeiro semestre fiscal, 97% da receita da companhia veio da publicidade, ante 96% no mesmo intervalo de 2010. O restante foi obtido com serviços relacionados à publicidade, licenciamento de produtos, serviços de pesquisa e outras tecnologias - como oferta de sistemas operacionais e de softwares para uso empresarial na nuvem.
Dos US$ 17,022 bilhões de receita obtidos no semestre, US$ 12,111 bilhões vieram da publicidade nos sites do Google. Outros US$ 4,911 bilhões foram obtidos com a venda de espaço publicitário em sites da rede do Google (como Orkut e YouTube) e o restante - US$ 580 milhões - foi alcançado com os demais produtos e serviços.
Fonte: Valor

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