sexta-feira, 8 de julho de 2011

O novo bilionário brasileiro

Que rufem os tambores. A abertura de capital da gestora de planos de saúde Qualicorp deu origem a mais um bilionário brasileiro – o fundador da empresa, José Seripieri Júnior.
Júnior, como o empresário é conhecido, fundou a Qualicorp em 1997. Assim como outro Júnior bilionário – João Alves de Queiroz Filho, controlador da Hypermarcas –, o fundador da Qualicorp não gosta nada de aparecer ou dar entrevistas.
Nos últimos três anos, ele fez uma série de transações que elevaram sua empresa de patamar – e seu patrimônio subiu junto. Primeiro, ele vendeu uma participação na Qualicorp para o fundo americano General Atlantic. Com o negócio, fechado em 2008, embolsou 180 milhões de reais. A partir dali, as coisas só melhorariam.
Um ano atrás, outro fundo americano, o Carlyle, comprou a participação da General Atlantic e mais um punhado de ações de Júnior. Pelas ações do empresário, o Carlyle pagou 500 milhões de reais.
No fim de junho, veio o grande negócio de sua vida: a abertura de capital da Qualicorp. Mesmo após ter vendido o controle da empresa ao Carlyle, Júnior ainda é dono de 28% das ações da companhia. E, com o IPO, a Qualicorp atingiu um valor de mercado de 3,8 bilhões de reais. Seus 28%, portanto, hoje valem pouco mais de 1 bilhão de reais.
No total, somando-se o dinheiro pago pelos fundos ao seu atual patrimônio em ações, chega-se a 1,680 bilhão de reais.
Júnior, ao menos pelos padrões da turma do sem-bilhão, tem motivos para estar feliz da vida. Mas, como a turma do bilhão pensa diferente do resto da humanidade, sua alegria pode ter, hoje, uma pitada de arrependimento. Afinal, o grande salto no valor de sua empresa se deu justamente depois da venda do controle ao Carlyle. A valorização foi de 100% em apenas um ano. Com o IPO, o fundo americano conseguiu recuperar 70% do seu investimento e, ainda por cima, manter uma participação equivalente a 1,5 bilhão de reais na empresa.
Os números são cruéis: Júnior e seu ex-sócio General Atlantic venderam barato a Qualicorp ao Carlyle.
Mas o Faria Lima vê nessa história toda uma boa notícia – é possível se tornar bilionário mesmo fazendo um mau negócio.

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