terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Oferta do Facebook é a mais esperada desde Google

A estreia mais esperada do mercado acionário americano desde o Google começou a tomar movimento nesta semana, com o Facebook preparando o terreno para uma possível listagem de suas ações daqui a pouco mais de um ano.
O site de relacionamentos sociais já havia chamado a atenção dos investidores por conta do plano para levantar até US$ 2 bilhões em capital adicional, o que deverá conferir um valor de US$ 50 bilhões para a jovem empresa e colocar em evidência o mercado privado cada vez maior para ações de companhias relacionadas à internet.
Facebook e GoldmanSachs, o banco que encabeçou a nova rodada de financiamento, não quiseram comentar o acordo, nem mesmo o provável avanço em direção a uma oferta pública inicial de ações.
O banco de Wall Street entrou com US$ 375 milhões em recursos próprios, juntamente com outros US$ 125 milhões da firma russa de investimentos em internet DST. O Goldman também convidou seus próprios clientes institucionais para investir no Facebook, com o que arrecadou mais US$ 1,5 bilhão.
A nova rodada de financiamento confere um valor ao Facebook cinco vezes maior do que aquele calculado em maio de 2009, quando o primeiro investimento da DST avaliou a empresa em US$ 10 bilhões — quantia considerada exorbitante na época.
A natureza sigilosa da transação e o fato de ter sido limitada a alguns poucos privilegiados atraíram críticas em algumas partes do Vale do Silício, onde foi vista como uma tentativa do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, de evitar a fiscalização pública integral de seus números que seria necessária no caso de abertura de capital.
A operação privada para levantar os US$ 2 bilhões contrasta com o caminho escolhido pelo Google em 2004, quando levantou US$ 1,2 bilhão em sua abertura de capital. Em vez de recorrer a Wall Street para obter o financiamento, o site de buscas praticamente deixou-a de fora do acordo ao escolher um formato incomum — leilão, elaborado para permitir que o maior número possível de pessoas pudesse se registrar para comprar as ações.
As críticas chegaram aos executivos do Facebook.
Os defensores da empresa argumentam que a companhia já imaginava que estava em um caminho que lhe exigiria ser bem mais aberta quanto a suas finanças em um futuro próximo e que o acordo com o Goldman Sachs não faz diferença alguma em relação a isso.
Com as vendas das ações de alguns funcionários que deixaram a empresa para diversos outros investidores, o número de acionistas externos do Facebook já caminhava a superar o limite de 500 antes do final deste ano, marca a partir da qual as empresas nos Estados Unidos precisam divulgar integralmente seus dados financeiros, segundo uma fonte a par da situação.
Menos do que a vontade própria, as características da base acionária do site de relacionamentos, portanto, fizeram iniciar a contagem regressiva para uma provável oferta pública inicial de ações. Outras empresas que ultrapassaram esse limite no passado, como o Google, aproveitaram, inclusive, para buscar uma listagem total das ações.
Fonte: Valor

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