quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Do Twitter à bolsa

Twitter, Facebook, Orkut, SMS, Formspring, msn, blogs, fóruns de discussão... Superantenada em tecnologia, a chamada geração Y, dos nascidos entre 1980 e 1999, torna-se cada vez mais alvo estratégico para o segmento de bolsa de valores. E, na ânsia de conquistar esse público, as corretoras se desdobram na realização de palestras em universidades, vídeo chats, investimento em tecnologia, além de iniciativas em redes sociais.
Hoje, os investidores com idade entre 15 e 35 anos representam 33%, ou 208 mil das 630 mil contas existentes na bolsa, segundo dados da BM&FBovespa em setembro. A maior faixa, 169 mil contas, está concentrada nos aplicadores entre 26 e 35 anos.
Em comum, as corretoras dizem que esses investidores operam pelo home broker - sistema de negociação de ações via internet -, giram mais suas carteiras, gostam de participar de chats e fóruns. Além disso, eles não hesitam em mudar de corretora caso não se achem atendidos de maneira adequada e não gostam de esperar caso precisem ligar para a instituição para tirar alguma dúvida.
De acordo com Cláudia Mendes Nogueira, diretora da Oficina de Valor Consultoria, atualmente há 3,7 milhões de jovens entre 18 e 29 anos que possuem renda alta e que na sua maioria ainda exercem papel de filho, morando com os pais e, portanto, livres de muitas despesas domésticas.
Os dados mostram que, apesar de altamente bancarizados, já que 90% têm contas, apenas uma parcela de 1% investe em ações ou em outras aplicações financeiras, diz Cláudia, citando números de uma pesquisa divulgada pela IBGE em julho deste ano. "Praticamente tudo o que esses jovens recebem é gasto com despesas pessoais: alimentação fora de casa, carro próprio, educação, recreação e cultura."
Para se ter ideia, o público jovem é o que mais cresce na bolsa. Pesquisa encomendada pela BM&FBovespa à FGV mostra que, entre janeiro de 2005 e dezembro de 2009, os investidores com idade entre 18 e 24 anos tiveram crescimento de 6,9%. Em seguida, aparecem justamente aqueles entre 24 e 30 anos, com 4,7%.
Para a bolsa, em especial, essa nova geração adquire cada vez mais relevância, colhendo os frutos da melhora pela qual a economia brasileira passou nos últimos anos, lembra Mônica Saccarelli, diretora da Link Trade, home broker da Link Investi-mentos. "A geração Y já chegou ao mercado com um cenário de inflação controlada e, com a presença crescente da bolsa no noticiário, o assunto também se tornou mais familiar." Atualmente, os jovens de 18 a 30 anos representam 31% da base de clientes do home broker da Link.
Uma dos fatores importantes para esse público é a tecnologia, já que essa é uma geração que cresceu usando computador, lembra Mônica. Não por acaso, a internet é o meio favorito desse público no relacionamento com as corretoras. "Enquanto os mais velhos gostam de buscar o gerente do banco ou falar com alguém da corretora, os mais jovens fogem disso, preferindo resolver tudo pela internet."
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