“O mercado de capitais brasileiro está em ascensão e é muito promissor neste momento. O país oferece um bom retorno, enquanto as economias desenvolvidas ainda não estão bem”, afirma Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios. “Iniciativas como a compra da Gávea pelo JP Morgan são uma tendência. Deveremos ver mais operações como essa ocorrerem nos próximos meses e anos”.
Mesmo sendo um setor que tem crescido muito, o mercado de capitais nacional continua tendo grande potencial. “Ainda há bastante espaço para consolidação. Muitas empresas independentes de instituições financeiras [como era o caso da Gávea] poderão ser alvo de aquisições, assim como várias companhias nacionais poderão se juntar”, diz Paulo Di Blasi, professor de finanças do Ibmec (RJ). Outro aspecto que impulsiona o segmento é a redução da Selic. “Com a queda da rentabilidade dos títulos do governo, os investidores buscarão outro tipo de ativos, o que favorecerá gestores de recursos”, afirma Di Blasi.
A operação
Ao escolher ampliar sua presença no Brasil por meio de uma aquisição, o JP Morgan acelerou o processo de expansão no país e, ao mesmo tempo, garantiu a conquista de capital intelectual especializado e habituado às regras e costumes brasileiros. “A compra foi a maneira mais fácil de o banco investir no setor”, diz Leite, da Trevisan.
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Se o JP Morgan ganha ao aumentar sua presença no Brasil, a Gávea Investimentos, hoje com patrimônio sob gestão estimado em R$ 10,1 bilhões e 119 funcionários divididos entre o Rio de Janeiro e São Paulo, também terá vantagens com a compra. “Com a operação, a Gávea amplia suas oportunidades, ganhando uma marca internacionalmente reconhecida, aumenta sua capacidade de elaborar e oferecer novos produtos, e os mercados aos quais tem acesso”, diz Di Blasi, do Ibmec-Rio. Se num primeiro momento a transação parece agradar às duas partes, há sempre um risco embutido em aquisições. “As empresas terão que ter cuidado com o modelo de governança. Associações do mesmo tipo neste setor já fracassaram pelos sócios terem objetivos distintos. A integração dos executivos terá que ser bem pensada”, afirma Di Blasi. Será preciso aguardar por esses desdobramentos e pelos demais, mas a cara do mercado de capitais no Brasil definitivamente está mudando.
Fonte: Época Negócios
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