segunda-feira, 12 de abril de 2010

Expectativa para a semana é que referências externas deem o tom dos mercados


SÃO PAULO - A semana se inicia de maneira positiva nos mercados globais: resgate à Grécia, bons indicadores durante a última semana e menores temores sobre a conduta da política monetária nos EUA, Japão e Europa. Fatores estes que, em conjunto, arrefeceram a aversão ao risco dos investidores e trazem certo otimismo para as sessão que estão por vir.
Quanto à Grécia, os ministros das finanças da Zona do Euro acertaram um pacote de resgate no valor de € 30 bilhões, a ser concedido pelos 16 países do bloco monetário, com aporte financeiro do BCE (Banco Central Europeu). Para o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, o resgate ao endividado país “traz um novo impulso à cotação do euro, sendo mais um fator de redução da aversão a risco que tem sido observada nos últimos dias”.
No tocante dos indicadores positivos, destaque à elevação nas vendas no varejo norte-americano, nos bons números dos estoques do país e “a aposta dos investidores em bons resultados financeiros durante a temporada de balanços do primeiro trimestre, nos EUA”, que reforçam o sentimento mais otimista do mercado, de acordo com Miriam Tavares, da AGK Corretora.
A manutenção das políticas também ajudou no view mais positivo para esta semana, bem como a divulgação do déficit chinês, que, segundo Campos Neto foi “uma confirmação da força da economia interna, dada a necessidade de se adquirir quantidades cada vez maiores de matérias-primas para sustentar o intenso ritmo de crescimento”.
Perspectivas... 72 mil pontos?
“Movimentos de realizações após altas dos preços dos ativos de maior risco deverão fazer parte do ambiente de negócios ainda por algum tempo”, afirma Tavares, prevendo um cenário de “recuperação moderada” para este e o próximo ano. “Indicadores macroeconômicos e as sinalizações dos governos estarão combinados de uma forma mais positiva e em outros, mais preocupantes.”
Quanto ao Ibovespa, existe potencial para buscar os 72 mil pontos nesta semana, avalia Antônio Goés, analista da Senso Corretora, para quem o mercado "é bom, de alta". Já Marco Aurélio Etchegoyen, analista da Diferencial, com um pouco mais de cautela, acredita que o otimismo em relação aos indicadores macroeconômicos será determinante para direcionar o índice.
Em linha com os analistas, Tavares destaca que "o Ibovespa tem potencial para buscar os 72 mil pontos nesta semana, avaliam alguns analistas deste segmento, se o cenário externo permitir."
Agenda internacional recheada
Na agenda internacional, semana bastante intensa, em especial no front chinês e norte-americano. No primeiro, o PIB (Produto Interno Bruto) do 1º trimestre e os dados da indústria e varejo de abril vão impactar os mercados globais, além dos inúmeros resultados corporativos; já quanto ao segundo, atenção especial aos números de atividade.
“Do lado chinês, no entanto, ainda que os dados de atividade devam continuar muito fortes, existe a expectativa de que os indicadores da semana aumentem a possibilidade de um aperto monetário na economia chinesa, limitando um otimismo mais acentuado nos mercados”, afirma Mirim Tavares.
Para o analista da Diferencial, Marco Aurélio Etchegoyen, a divulgação do resultado do PIB chinês acima do esperado deve traduzir-se em otimismo no mercado interno, com expectativa de aumento da demanda por commodities. "O que comprova que os reajustes pedidos pela Vale não são infundados", comenta. 
Do lado americano Miriam avalia que "as notícias positivas devem preponderar, em especial, nos números referentes às vendas no varejo e produção industrial, o que, se confirmado, deve reforçar a retomada do viés positivo para os preços dos ativos financeiros globais”.
Ainda nos EUA, a publicação do Livro Bege do Federal Reserve e divulgações quanto aos números da inflação no país também ganham destaque no período.
Já na Europa, foco na produção industrial da Zona do Euro em fevereiro e ao índice de preços ao consumidor de março. No Reino Unido, destaque aos números da balança comercial.
Agenda doméstica anêmica
Já por aqui, agenda um pouco mais branda, ganhando destaque a pesquisa mensal de comércio e números inflacionários. “Esperamos que o indicador mostre otimismo sobre a economia brasileira: a nossa previsão é de +11% na comparação anual, o que significa uma outra expansão na margem”, afirmam os analistas do Bradesco.
Confira a agenda da semana:
> Segunda-feira (12/4)
 - Brasil
8h00 - A FGV (Fundação Getulio Vargas) divulga o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) referente ao primeiro decêndio de abril, que é bastante utilizado pelo mercado e retrata a evolução geral de preços na economia.
8h30 - O Banco Central revela o relatório semanal Focus, que compila a opinião de consultorias e instituições financeiras sobre os principais índices macroeconômicos.
11h00 - O Ministério de Comércio Exterior reporta a Balança Comercial referente à última semana, que mede a diferença entre exportações e importações contabilizadas durante o período.
 - EUA
15h00 - O Departamento de Tesouro norte-americano fornece os dados de março do Treasury Budget (orçamento governamental).
> Terça-feira (13/4)
 - Brasil
Não serão revelados indicadores relevantes no País neste dia.
 - EUA
9h30 – Serão apresentados o Export Prices e o Import Prices, ambos do mês de março. Os índices excluem de suas bases a produção agrícola e as cotações do petróleo, respectivamente.
9h30 - Destaque ao Trade Balance (balança comercial) com base no mês de fevereiro, que mede a diferença entre os valores das importações e exportações realizadas pelo país.
> Quarta-feira (14/4)
 - Brasil
9h30 - O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresenta a Pesquisa do Comércio de fevereiro, que acompanha a evolução da atividade comercial no Brasil, com indicadores calculados para cada região do País.
Haverá o vencimento de opções sobre os contratos de Ibovespa Futuro negociados na BM&F Bovespa.
 - EUA
9h30 - Principal destaque para o indicador Retail Sales referente ao mês de março, que mede as vendas totais do mercado varejista, desconsiderando o setor de serviços. Já o Retail Sales ex-auto ignora as vendas de automóveis.
9h30 - Atenção para a divulgação do CPI (Consumer Price Index) e de seu núcleo, que mensuram os preços ao consumidor referentes ao mês de março.
11h00 - O Business Inventories compreende o nível de vendas e de estoques das indústrias, além dos setores de atacado e varejo durante o mês fevereiro.
11h30 - Confira o relatório de Estoques de Petróleo norte-americano, semanalmente organizado pela EIA (Energy Information Administration). O documento é considerado uma importante medida, já que os EUA são o maior consumidor do combustível.
15h00 - Investidores estarão atentos ao Livro Bege do Fed, relatório importante sobre o desempenho atual da economia do país.
> Quinta-feira (15/4)
 - Brasil
8h00 - A FGV revela o IGP-10 (Índice Geral de Preços - 10) do mês de abril. O índice, que é formado por um conjunto de parâmetros de inflação, registra os preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais.
 - EUA
9h30 - Confira o número de pedidos de auxílio-desemprego (Initial Claims), em base semanal.
9h30 - O Fed de Nova York apresenta o NY Empire State Index referente ao mês de abril. Esse índice tem como intuito medir a atividade manufatureira no estado, um dos principais do país.
10h15 - Destaque para os números do setor industrial do mês de março, descritos pelo Industrial Production e pelo Capacity Utilization.
11h00 - O Fed da Filadélfia revela o Philadelphia Fed Index de abril, indicador responsável por mensurar a atividade industrial no estado.
> Sexta-feira (16/4)
 - Brasil
8h00 - A FGV anuncia o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) referente à segunda quadrissemana de abril. O índice calcula a taxa mensal da variação dos preços até meados da semana anterior àquela em que é divulgado.
 - EUA
9h30 - Sairão os índices Housing Starts e Building Permits, que medem, respectivamente, o número de casas que começaram a ser construídas e quantas autorizações para a construção de imóveis foram concedidas no mês de março.
10h55 - A Universidade de Michigan publica a preliminar do Michigan Sentiment de abril, que mede a confiança dos consumidores na economia norte-americana.

Fonte: Infomoney

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