sábado, 16 de janeiro de 2010

Ações da Brasil Telecom caem 9,70% com congelamento de incorporação

Oi interrompou o processo de absorção de papéis Brasil Telecom após encontrar provisão extra de 1,29 bilhão

| 15.01.2010 | 11h36

A Oi informou nesta sexta-feira que decidiu suspender a incorporação das ações da Brasil Telecom devido a uma nova análise contábil, que determinou um acréscimo de 1,29 bilhão de reais nos valores de provisão destinados a contingências judiciais da empresa comprada em janeiro de 2009. A partir do anúncio, as ações preferenciais da Brasil Telecom, (BRTO4) despencaram na Bovespa e, às 11h30, operavam com baixa de 9,70%, sendo negociadas a 15,10 reais. Os papéis da Oi (TNLP4) também apresentavam uma redução de 3,15% em seu valor, que chegava a 35,40 reais.

Com esse aumento, as despesas totais com provisões daBrasil Telecom. chegariam a 2,53 bilhões de reais. A Oi anunciou que realizará estudos para que os gastos envolvam de maneira proporcional as duas companhias e seus acionistas. Como após a análise a divisão passará por aprovação interna, ainda não há previsão de quando a incorporação será retomada.

Segundo auditoria realizada pela BDO Trevisan, esse valor extra de provisões seria dispensado a gastos com ações na Justiça referentes à súmula 371 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de 2009, que determinou à Brasil Telecom a compensação aos consumidores em regime de contrato de participação financeira através do valor patrimonial das ações (VPA) referente ao balanço do mês em que o serviço foi contratado.

Antigamente, quando os serviços eram contratados por meio desse modelo de “financiamento”, era dado à companhia um período de doze meses para a compensação aos consumidores por meio de papéis na bolsa. A quantidade de ações repassada era calculada a partir da divisão entre o total gasto na aquisição e o VPA.

Os contratantes começaram a se sentir lesados a partir do momento em que o VPA subiu com a inflação brasileira na década de 1990 e a quantidade de papéis adquiridos tornou-se menor. A partir da súmula do STJ, que também determina que ações judiciais semelhantes sejam resolvidas da mesma maneira, os consumidores conquistaram a oportunidade de reajustar as ações de acordo com o valor determinado no mês da compra.

Como essa nova determinação da Justiça não havia sido incluída na auditoria contábil à época em que a Oi divulgou a incorporação da Brasil Telecom, foi identificada essa discrepância de valores provisionais em segunda análise, o que provocou o congelamento do processo.

Para os analistas do banco Barclays, ainda há muitas incertezas envolvidas nesse processo e não é possível determinar quem vai pagar a conta dessa nova provisão: os acionistas da Oi ou da Brasil Telecom. No entanto, o banco acredita que a discussão pode atrasar a conclusão da fusão, postergar a captura de sinergias e ter um impacto negativo nos resultados da Oi.

Fonte: Portal Exame

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