Dentro das alternativas de renda fixa, a aplicação em CDBs pré-fixados de 30 dias garantiu retorno nominal médio de 0,69% em outubro, mesma marca do benchmark CDI. Já a tradicional caderneta de poupança, que pode ter seus rendimentos tributados em determinadas carteiras superiores a R$ 50 mil a partir de 2010, apresentou retorno de 0,5% em termos nominais, ou de 0,45% quando considerada a variação de 0,05% do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) no período.
Por fim, o investimento em dólar - aqui acompanhado pela variação da Ptax - não se mostrou vantajoso em outubro: o retorno nominal desta aplicação foi negativo em 1,92%.
Pare e pense
A primeira semana de outubro dava pinta de que teríamos mais um mês de forte alta das bolsas: o Ibovespa e os principais índices de Wall Street davam continuidade ao rali dos últimos meses e renovavam as máximas do ano. Mas as semanas se passaram e o mercado finalmente imprimiu uma pausa no forte ritmo de recuperação dos preços dos ativos de risco.
Um olhar mais geral para a agenda de indicadores econômicos e para os números trazidos pela temporada de resultados corporativos traz disparidade, o que não foi novidade.
Nos EUA, o dado cru do PIB norte-americano do terceiro trimestre agradou, já que veio acima das projeções. Mas não deixou de carregar desconfiança. Quando tirados os estímulos monetários e fiscais implementados durante a crise, a maior economia do mundo terá força para manter um ritmo de recuperação convincente?
O próprio "quando" voltou a preocupar, já que a Noruega se tornou o terceiro país (além de Israel e Austrália) a subir seu juro básico.
No setor financeiro, os grandes bancos trouxeram resultados relativamente positivos. Não foi daí que veio a preocupação... a quantidade de bancos (leia-se bancos regionais, de pequeno porte) que fecharam as portas nos EUA em 2009 já passa de 100 instituições. Para tentar botar ordem, o Federal Reserve e o Tesouro concretizaram a promessa de regulação, apresentando propostas que envolvem condução de falências, maneiras de o Estado socorrer instituições com problemas, proteção do contribuinte, limitação dos poderes emergenciais do Fed e da FDIC (agência que garante os depósitos nos EUA) e maior poder de supervisão e regulação do governo em relação aos bancos "too big to fail".
No último pregão do mês, veio o CIT apimentar o noticiário em torno do setor financeiro com sua iminente falência. A onda de rumores de que a reestruturação de sua dívida, que contou com linha de crédito em US$ 1 bilhão do megainvestidor Carl Icahn, levou o VIX (Volatility Index) à maior variação diária em um ano - boa amostra de como o sentimento geral dos mercados evoluiu desde a eufórica primeira semana.
A bolsa brasileira teve ainda que lidar com a volta da taxação do capital estrangeiro destinado a renda fixa e variável pelo IOF. Alguns elogiaram a medida na teoria, por afastar a formação de uma bolha nos ativos domésticos, mas na prática a reação foi outra.
CCR e Rossi nos extremos do Ibovespa
Para exemplificar a pressão negativa sofrida pelas ações de empresas que realizaram follow-ons em outubro, a Rossi (RSID3) fechou o mês com o pior desempenho dentre os papéis que compõem a carteira teórica do Ibovespa. Mas mesmo com a queda de 17,26% de outubro, a ação ordinária da Rossi ainda é a segunda mais valorizada de 2009 do índice, perdendo somente pra MMX (MMXM3,+317%).
Mas para mostrar que esta tendência não foi generalizada, a CCR (CCRO3), que também ofertou ações na bolsa no mês, teve a melhor performance do Ibovespa, subindo 14,81% em outubro.
Variações das principais métricas de investimento em outubro:
Investimento | Outubro | Real* | Setembro | Real** |
Ibovespa | +0,05% | 0,00% | +8,90% | +8,44% |
CDI*** | +0,69% | +0,64% | +0,69% | +0,27% |
CDB **** | +0,69% | +0,64% | +0,69% | +0,27% |
Poupança | +0,50% | +0,45% | +0,50% | +0,08% |
Ouro | +2,61% | +2,56% | +0,97% | +0,54% |
Dólar Ptax | -1,92% | -1,97% | -5,74% | -6,14% |
IGP-M | +0,05% | +0,42% |
Fonte: UOL Economia
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