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Desde maio, quando o fundo de participações em empresas
A concorrência entre BM&FBovespa e Cetip se dá em alguns mercados. Nos títulos públicos, a Cetip está em desvantagem para a BM&F e o Selic. Já nas debêntures e nos derivativos de balcão, a vantagem é da Cetip, que tem como adversário a BM&FBovespa.
Hoje, a custódia e o registro são sua atividade principal, segmento na qual é praticamente uma monopolista. Responde por 96% da custódia de títulos de dívida privados (os públicos integram o sistema Selic) e por 78% do mercado de registro de derivativos de balcão. Esses dois negócios, somados às mensalidades pagas pelas instituições financeiras para uso do sistema, representam 75% da sua receita, que no primeiro semestre foi de R$ 99 milhões. A BM&FBovespa faturou no mesmo período R$ 695 milhões.
O processamento das chamadas TEDs (Transferência Eletrônica Disponível), em contrato fechado com a Câmara Interbancária de Pagamentos, agrega outros 11% da receita da empresa. E as negociações de ativos, feitas pela plataforma CetipNET, equivalem hoje a 12% da receita. Por isso, alguns agentes do mercado veem a Cetip como uma espécie de cartório.
Para reverter essa imagem, a Cetip aposta em alguns pilares. Um deles é o próprio crescimento do mercado de títulos de dívida privada e de derivativos de balcão. Segundo dados da consultoria
Ao mesmo tempo, o balcão organizado pretende lançar novos produtos, como o registro de diferentes derivativos agrícolas, além de certificar as cédulas de crédito bancário, título recém-autorizado pelo governo para permitir a captação de bancos.
Entretanto, é por meio da melhoria da sua plataforma de negociação que a Cetip espera obter o crescimento mais expressivo. Isso poderá se dar com a integração com outras empresas do mundo. É um caminho que já vem sendo trilhado pela BM&FBovespa, que ganhou como sócio em 2007 o
Outro movimento que poderia incrementar sua receita seria a redução do valor mínimo das TEDs, que hoje está em R$ 5 mil. Se o piso caísse a R$ 1 mil, como defendem alguns bancos e a própria Cetip, estima-se que a empresa ganharia 100 milhões de operações por dia.
Para colocar seus projetos de pé, a Cetip não captará recursos em uma oferta primária de ações em bolsa. A avaliação é que os R$ 214 milhões que estão em caixa são suficientes.
A operação servirá apenas para permitir a saída parcial de dois dos três principais acionistas: o fundo de investimento em participações Advent, cuja fatia cairá de 31,93% para 18,07% do seu capital, e o banco
Por enquanto, são os acionistas vendedores os maiores beneficiados dos novos planos de negócios da Cetip, principalmente o Advent. Em maio, o fundo comprou 31,93% de participação na empresa por R$ 375 milhões. O preço equivaleu a R$ 5,25 por ação. Agora, os investidores adquiriram cada papel por R$ 13.
Para alguns investidores, a mudança de preço em um espaço de tempo tão pequeno levanta questionamentos, como: o que mudou na Cetip em cinco meses? Nas apresentações para investidores por conta da oferta de ações, a Cetip valorizou seu plano de negócios para concorrer com a BM&FBovespa, sinalizando, inclusive, a intenção de fazer parceria com uma bolsa estrangeira.
Fonte: Valor Online
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