terça-feira, 19 de maio de 2009

Perdigão descarta eventual influência do BNDES na BRF

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A Perdigão, que formalizou a incorporação da rival Sadia nesta terça-feira, criando a Brasil Foods (BRF), descartou que o BNDES possa ter alguma posição de influência na gestão da nova empresa caso adquira uma participação em meio à oferta pública de ações que será realizada em breve.

Durante conferência telefônica com analistas, diretores da Perdigão foram consultados se uma eventual entrada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social no capital da BRF poderia atrapalhar, por exemplo, planos de realizar ganhos em sinergias, o que pode levar a demissões.

"O BNDES tem plena consciência de que a BRF nasce e se manterá no conceito de capital difuso. Então sabe que não terá posição que afete o equilíbrio (da companhia)", afirmou o diretor financeiro da Perdigão, Leopoldo Saboya.

"O BNDESPar (braço de participações do BNDES) não entra pra fazer ativismo ou para ser tomador de decisões dentro da companhia. Seria tão somente um investidor estratégico, como seria um investidor estrangeiro com características puramente financeiras", acrescentou.

A eventual participação do BNDES na associação entre Perdigão e Sadia foi amplamente comentada nas semanas que antecederam o anúncio, mas ao final o banco não foi incluído.

"O BNDES se mostrou muito simpático à associação, mas de maneira passiva. Procuraremos alocar o BNDES (na oferta), assim como outros investidores estratégicos, da melhor maneira possível", disse Saboya.

Um pouco antes, no Rio de Janeiro, o presidente do banco, Luciano Coutinho, havia afirmado que a entidade tinha interesse em comprar ações na oferta pública.

"Ainda vamos estudar o assunto, (mas) certamente poderemos participar. Em que escala e condições, ainda vamos analisar", disse Coutinho a jornalistas.

Ele acrescentou que a definição da participação do BNDES não deve demorar. "Esse não é um processo complexo".

Segundo ele, a decisão do BNDES de fazer parte do capital da Brasil Foods se deve à relevância que a empresa terá no mercado interno e externo.

"É participar de uma empresa que pode agregar muitas sinergias na exportação e na presença brasileira como uma grande empresa internacional, ocupando posições importantes de mercado", disse.

Coutinho salientou, no entanto, que é fundamental, agora que a união foi formalizada, garantir a concorrência no mercado brasileiro.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Marcelo Teixeira)

Fonte: UOL Economia

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