quinta-feira, 21 de maio de 2009

Com peso de Wall Street e queda da Vale, Ibovespa recua pelo terceiro dia

Por: Equipe InfoMoney
21/05/09 - 17h38
InfoMoney

SÃO PAULO - O temor com a saúde da maior economia do mundo voltou a penalizar os mercados no penúltimo pregão desta semana, que contou ainda com uma queda no valor das commodities. Wall Street recebeu com pessimismo as palavras de Alan Greenspan, caiu sob pressão dos ativos de bancos e levou junto o Ibovespa. Por aqui, o índice fechou com queda de 2,25%, penalizado pelas ações de Vale e imobiliárias, confirmando a terceira baixa seguida.

A necessidade de capital das instituições financeiras dos Estados Unidos também voltou a preocupar os investidores nesta sessão. "Ainda existe muito capital a ser levantado no sistema bancário comercial norte-americano", disse o ex-presidente do Fed. Em Wall Street, depois de anunciar uma oferta de ações no montante de US$ 400 milhões, o Regions Financial viu seus ativos desabarem 16,16%, encabeçando as perdas dos papéis de bancos regionais do país.

Também figuraram entre focos de tensões os novos sinais de piora no mercado de trabalho norte-americano, um dos segmentos mais afetados pela crise financeira. Mesmo abaixo da medição anterior, o número de pedidos de auxílio-desemprego no país ficou acima das expectativas do mercado na última semana. Ainda no âmbitoeconômico, o nível de atividade industrial na região da Filadélfia teve recuo superior ao esperado pelos analistas durante o mês de maio.

Após a Standard & Poor's ter reduzido a perspectiva para as notas de crédito do Reino Unido, o mercado demonstrou-se preocupado com a situação dos ratings dos Estados Unidos. Por sua vez, na esfera corporativa, a UAW (United Auto Workers), sindicato dos trabalhadores do setor automotivo, anunciou um acordo com a GM (+32,41%) e o Tesouro norte-americano para reestruturar a dívida da montadora com fundos de pensão e planos de saúde dos funcionários.

Terceira queda consecutiva
Na esteira do movimento negativo verificado nas bolsas norte-americanas, o Ibovespa terminou com forte recuo pelo terceiro pregão consecutivo, sob pressão dos papéis de Vale e do setor imobiliário. Em contrapartida, no setor de alimentos, novamente as ações de Sadia e Perdigão apareceram com a maior valorização do índice.

Entre os principais responsáveis pela baixa da bolsa brasileira, os papéis da Vale registraram forte recuo. Antevendo um fraco crescimento para os mercados de minério de ferro ao menos até 2011, o Morgan Stanley reduziu sua classificação aos papéis da mineradora, passando-a de "underweight" - acima da média - para "equal weight" - em linha com o mercado. O preço-alvo aos ADRs (American Depositary Receipts) também passou por revisão negativa.

Também contribuiu para o recuo do índice a desvalorização nas ações da Petrobras, que reagiram à queda do preço do petróleo. Os diretores da ANP (Agência Nacional do Petróleo) confirmaram a decisão de negar o pedido da estatal para a prorrogação dos prazos exploratórios nos campos do Pré-sal localizados na bacia de Santos.

A maior perda dentre os ativos que compõem o benchmark foi apresentada pelas units da ALL. Já na ponta positiva, os ativos de Sadia e Perdigão voltaram a se destacar. Nesta sessão, a primeira informou que seus acionistas terão um prazo de 30 dias para efetuarem a retirada do valor correspondente às ações incorporadas à companhia, que ainda será calculado.

Ibovespa cai 2,25%
Confirmando o terceiro recuo consecutivo, o Ibovespa fechou com baixa de 2,25% e atingiu 50.087 pontos. O volume financeirototalizou R$ 4,50 bilhões.

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