sexta-feira, 24 de abril de 2009

Quando se fala em alta por sete semanas, alternativas vão se afunilando

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
24/04/09 - 19h58
InfoMoney

SÃO PAULO - A próxima semana começa como começou a anterior, à espera por realização. O tão esperado ajuste custa a chegar; repete mais uma vez o discurso, as mesmas expectativas de dias atrás. Mas quando se fala em sete semanas seguidas de ganhos, as alternativas vão se afunilando.

Seja por recursos gráficos ou fundamentos, os próximos dias carregam ainda mais peso pela realização. "A resistência que a gente tinha [47 mil pontos] foi praticamente testada, o suporte mais importante que pode vir a ser testado é 43 mil pontos", aponta Marlo Ignatowski, da Investor.

Quando a possibilidade de ajuste bate na porta por tanto tempo, incomoda. Ainda assim, é difícil encontrar quem se preocupe com a realização, quando ela chegar. "Não vindo nenhuma surpresa negativa no âmbito externo, a tendência realmente é, caso venha, de um ajuste pequeno", diz João Pedro Brugger Martins, analista da Leme Investimentos. "Não acredito numa queda muito acentuada não".

Volume vem e vai
O fato é que os motivos para subir vão se esgotando, por isso a aposta ganha força. Nesta semana que passou, Wall Street voltou a acumular saldo negativo, com exceção do índice Nasdaq. O Ibovespa mostrou relativo descolamento, em parte pelas blue chips. A questão é que elas vêm subindo faz tempo. "Principalmente Petrobras está bem pesada, não conseguindo andar" nos últimos dias, avalia Ignatowski. Mais um sintoma de que os recursos se esgotam.

Outra questão interessante é o volume. Depois de um início de ano morno, ainda cercado pela aversão ao risco, o investidor estrangeiro voltou, trouxe consigo o giro financeiro à bolsa. Por outro lado, "já tem uns dois, três dias que o volume vem cedendo, abaixo de R$ 4 bilhões", destaca. 

Saudável
Parece que ninguém está querendo comprar nos atuais níveis, mais um sintoma de ajuste. Mas é preciso separar realização de um fato ruim, longe disto, é sinal de sobriedade do mercado. "A bolsa está testando pontos importantes, está difícil romper estes níveis aí", reforça o analista da Leme Investimentos. Brugger também espera por realização no curto prazo. "Seria até saudável".

Venha quebra do ciclo positivo ou confirmação de oito semanas de alta, a certeza é de pregões mais agitados. Lá fora já saiu o que tinha de sair na temporada de resultados, que por aqui ainda não engrenou. Por outro lado, a agenda promete. Entre diversas referências, Fed e Copom.

Fed e Copom
Referências importantíssimas, mas previsíveis. "Em relação ao Fed acho que não tem muita surpresa não. O mais importante vai ser até mesmo a ata depois, que a própria decisão não deve ter nenhuma mudança". João Pedro Brugger lembra que restaram poucos recursos para a autoridade monetária norte-americana. Como por aqui a situação é outra, projeta corte de 1 ponto percentual na Selic.

Não somente para o Fed, os recursos parecem se esgotar também para as blue chips, para o mercado em geral. A expectativa segue pela chegada da realização, com a certeza de uma semana movimentada até a quinta-feira, pois sexta é feriado.

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