quarta-feira, 29 de abril de 2009

Bovespa firma alta e mira os 47 mil pontos

SÃO PAULO - A retração acentuada da economia americana não surpreende e os investidores retomam as compras na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que se aproxima dos 47 mil pontos. Por volta das 13 horas, o Ibovespa aumentava 2,23%, para 46.844 pontos, com giro financeiro de R$ 1,98 bilhão.

Segundo o assessor de investimentos da corretora Souza Barros, Luiz Roberto Monteiro, o noticiário não influi no preço das ações nesta quarta-feira. O que importa é o fluxo comprador, que está bastante forte. " O mercado quer comprar e não quer saber de outras coisas " , observa.

Ilustrando o ímpeto comprador, principalmente do investidor externo, o saldo de negociação direta dos estrangeiros somava R$ 3,75 bilhões no mês até o dia 24 de abril. Com isso, o saldo acumulado no ano bate os R$ 5,08 bilhões.

Valorização também em Wall Street, onde Dow Jones e Nasdaq avançavam 2,02% e 2,53%, respectivamente. O Departamento de Comércio dos EUA mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) americano caiu 6,1% nos três primeiros meses do ano, quase igualando à contração de 6,3% registrada no quarto trimestre de 2008.

De acordo com Monteiro, uma das teorias levantadas para explicar o desempenho pior do que o esperado da economia americana envolve a queda acentuada nos estoques. Por isso, a pouca preocupação com o dado. Olhando para frente, alguns agentes acreditam que esses estoques serão refeitos, gerando alguma melhora de produção.

A menor preocupação com o surto de gripe suína também aumenta a demanda por commodities, o que beneficia os principais papéis da Bovespa. Sustentando os ganhos, Petrobras PN subia 3,01%, para R$ 29,70, e Vale PNA ganhava 1,45%, saindo a R$ 29,93.

Monteiro nota que os papéis da segunda linha têm concentrado o dinheiro novo enviado à Bovespa. Basta observar a forte valorização dos ativos, construção, varejo e alguns bancos.

Liderando os ganhos dentre do índice, CCR Rodovias aumentava 6,33%, para R$ 28,18, Natura ON ganhava 4,85%, para R$ 27,00, e Telemar Note Leste PNA subia 4,82%, a R$ 55,59.

Depois de uma breve correção ontem, as construtoras voltavam a ganhar valor. Cyrela ON tinha acréscimo de 4,63%, a R$ 13,55, e Gafisa ON aumentava 4%, a R$ 17,94. Entre as varejistas, Lojas Renner era destaque, subindo 4,20%, a R$ 18,83.

Entre os bancos, o papel ON do Banco do Brasil valorizava 4,03%, a R$ 19,10. Itaú Unibanco PN subia 4,14%, a R$ 29,37, e Bradesco PN apontava alta de 3,28%, a R$ 26,44.

Apenas 3 dos 65 papéis que compõem o Ibovespa apresentavam queda. BM & FBovespa ON perdia 2,24%, a R$ 8,68, com o terceiro maior volume do dia. O papel reage à intenção da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de acabar com o monopólio das bolsas na negociação de ações. O assunto foi colocado em audiência pública, mas, segundo a própria CVM, não é de implementação rápida.

Ainda na ponta vendedora, Comgás PNB recuava 0,93%, para R$ 31,80, e Usiminas ON cedia 0,10%, a R$ 29,37.

No mercado de câmbio a forte melhora de humor estimulava a venda de moeda americana, que voltava a testar preços não observados desde novembro do ano passado. Há pouco, o dólar comercial marcava baixa de 1,54%, a R$ 2,161 na venda.

Fonte: Valor Econômico

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