segunda-feira, 23 de março de 2009

Bovespa recuou, mas defendeu os 40 mil pontos na sexta-feira

SÃO PAULO - Os mercados brasileiros encerraram a sexta-feira de forma negativa, mas a semana não foi ruim. A menor aversão ao risco em âmbito global e as medidas de estímulo ao crédito anunciadas pelo Federal Reserve (Fed), banco central americano, garantiram ganho semanal na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e queda no preço do dólar. Com dinâmica própria, os juros futuros seguiram em baixa, com os agentes apostando que o Banco Central (BC) seguirá reduzindo a taxa Selic de forma acentuada.

O pregão de sexta-feira foi instável na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O índice operou com leve alta durante boa parte da jornada, apesar das perdas em Wall Street. Vendas nos instantes finais, contudo, resultaram em queda de 0,93% para o Ibovespa, que fechou aos 40.076 pontos. O giro financeiro somou R$ 3,49 bilhões. No entanto, o índice garantiu alta de 2,72% na semana. No mês, a valorização está em 4,96%. Em 2009, o ganho é de 6,72%.

Em Wall Street, a falta de indicadores relevantes na agenda do dia e o espaço para realização de lucros mantiveram os agentes na ponta vendedora. Ao fim da jornada, o Dow Jones caiu 1,65%, encerrando aos 7.278 pontos. Na semana, o índice ganhou 0,78%. Essa foi a segunda semana consecutiva de valorização, algo não observado desde maio do ano passado. O S & P 500 teve baixa de 1,98%, a 768 pontos. O Nasdaq Composite desvalorizou 1,77%, a 1.457 pontos. Na semana, o S & P aumentou 1,58%, o Nasdaq ganhou 1,82%.

No mercado de câmbio, a instabilidade externa serviu de apoio para as compras, o que puxou o preço do dólar comercial para a R$ 2,262 na compra e R$ 2,264 na venda, valorização de 0,66%. No entanto, a divisa fechou a semana valendo 1,57% menos, o que leva a perda acumulada no mês para 4,47%.

Mais uma vez o volume foi baixo, com as negociações no interbancário somando US$ 1,7 bilhão.

Na roda de " pronto " da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F), a moeda subiu 0,62%, para R$ 2,262. O giro financeiro somou US$ 93,5 milhões, menos da metade do observado na quinta-feira.

Segundo a NGO Corretora, apesar da volatilidade na formação de preço, o dólar mantém firme tendência de queda ante o real, algo evidenciado pela perda de valor da divisa ao longo do mês. De acordo com a corretora, a queda no preço está intimamente relacionada à redução das posições compradas (apostas contra o real) no mercado futuro, que já caíram de US$ 13 bilhões para US$ 9 bilhões.

" Esse cenário deve conduzir, gradualmente, a taxa câmbio a valor entre R$ 2,00 e R$ 2,10, na medida em que as posições compradas especulativas em dólar futuro forem sendo reduzidas. Acreditamos que isto se consolide ao longo do mês de abril " , apontou a NGO em relatório.

O mercado de juros futuros ensaiou correção seguindo o recuo acentuado nos prêmios de risco, mas tal movimento não encontrou sustentação, e os agentes voltaram a vender contratos, crentes que o BC pode cortar a taxa de forma incisiva na reunião de 29 de abril.

Na BM & F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento para janeiro de 2010, o mais líquido, apontava queda de 0,09 ponto, a 9,68%. O vencimento para janeiro de 2011 recuou 0,07 ponto, para 10,01%. E janeiro 2012 apontava 10,57%, baixa de 0,02 ponto.

Na ponta curta, o DI para abril cedeu 0,01 ponto, a 11,09%. Em direção contrária, o contrato para maio subiu 0,01 ponto, para 11,10%. Enquanto julho de 2009 perdeu 0,08 ponto, projetando 10,32%.

Até as 16h15, antes do ajuste final de posições, foram negociados 594.490 contratos, equivalentes a R$ 53,33 bilhões (US$ 23,83 bilhões), cerca de metade do registrado na sessão anterior. O vencimento para janeiro de 2010 foi o mais negociado, com 231.815 contratos, equivalente a R$ 21,55 bilhões (US$ 9,63 bilhões).

(Eduardo Campos | Valor Online)

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