A percepção é devem prevalecer as notícias de aumento de 11% dos estoques de minério de ferro nos portos chineses. Esse número, segundo analistas, reflete a incapacidade da demanda das siderúrgicas em acompanhar o ritmo das importações.
Também tende a repercutir negativamente nas ações da Vale a avaliação pessimista da mineradora Rio Tinto para os mercados globais de commodity, afirmando que é pouco provável que haja uma recuperação neste ano, além de alertar que as pressões negativas continuarão afetando seu resultado. Paralelamente, o jornal Daily Telegraph informou, citando fontes, que a Rio Tinto está revisando os termos de seu acordo de US$ 19,5 bilhões com a chinesa Chinalco, após o aumento da oposição dos acionistas da mineradora ao acordo e de atrasos regulatórios. As ações das mineradoras são negociadas em baixa em Londres, onde a bolsa operava com perda de 1,18%. Em Paris e Frankfurt a queda era de 1,73% e 1,46%, respectivamente, às 10h10.
Na Bovespa, as ações PNA da Vale caíam 1,54%. Vale ON cedia 1,01%.
Para Petrobras, os sinais também não são favoráveis. O barril do petróleo registra baixa de 1% na Bolsa Mercantil de Nova York hoje e há entre os investidores de Petrobras o receio de redução de preço dos derivados do óleo no mercado interno. Petrobras PN caía 0,88% e Petrobras ON desvalorizava 0,30%, às 10h12.
No setor corporativo, os efeitos da crise internacional seguem fazendo estragos. A finlandesa Nokia, que informou que vai adotar medidas de redução de custo, e a produtora de alumínio norte-americana Alcoa, que costuma ser a primeira a divulgar resultados nos EUA, previu ontem à noite prejuízo no primeiro trimestre e anunciou corte de 82% no dividendo e redução dos investimentos para reduzir custos. As ações da Alcoa caíam cerca de 10% hoje cedo nas operações realizadas na Alemanha.
Sadia
Aqui, a possibilidade de criação de uma "AmBev do frango" deve continuar mexendo com os preços das ações de Sadia e Perdigão. Ontem à noite, em comunicado ao mercado, a Sadia admitiu, pela primeira vez, que negocia com a Perdigão sobre fusão entre as empresas. Segundo a companhia, as conversas visam a analisar "a viabilidade e a convergência de interesses em algum tipo de associação.
Já a Perdigão, em comunicado encaminhado na noite de ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), informa que, "embora tenham se desenvolvido discussões preliminares para uma eventual associação" entre a companhia e a Sadia, "as partes não chegaram a qualquer entendimento sobre a matéria", e que não há qualquer negociação em curso neste momento.
Desde que tornaram públicas as perdas com contratos derivativos em setembro de 2008, - cerca de R$ 700 milhões - a Sadia busca por uma forma rápida de capitalização. O governo, que não está disposto a colocar recursos na Sadia para tirá-la da crise, quer promover uma fusão com a Perdigão.
Ontem, Sadia PN subiu 2,15% e Perdigão ON teve alta de 2,35%, figurando entre as maiores altas do mercado, num dia em que a Bovespa encerrou o pregão, depois de mostrar muita volatilidade, em baixa de 1,05%, aos 38.607,20 pontos.
Hoje, às 10h15, Sadia PN subia 4,91% (a maior alta do Ibovespa) e Perdigão ON avançava 2,75%, a segunda maior valorização do Ibovespa.
Fonte: Portal Exame
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