terça-feira, 17 de março de 2009

Bolsa tenta avançar, mas noticiário pede cautela

Por 17 de Março de 2009 | 10:18
O crescimento inesperado de 22% do número de construções iniciadas nos Estados Unidos em fevereiro, contrariando previsão de queda de 1,3%, ajudou o índice Bovespa futuro a migrar para o lado positivo, acompanhando os passos dos índices futuros de ações em Nova York. Às 10h05, logo após o início do pregão regular, o índice Bovespa à vista (Ibovespa) subia 0,15% a 38.665 pontos, mas há dúvidas se a Bolsa brasileira terá forças para manter recuperação, pois o noticiário de commodities (preços de matérias-primas) e corporativo sugere cautela. A avaliação entre os especialistas é de que o impacto positivo do dado nos EUA será momentâneo. Às 10h16, o Ibovespa já havia invertido o sinal e operava em baixa de 0,30% a 38.489 pontos.

A percepção é devem prevalecer as notícias de aumento de 11% dos estoques de minério de ferro nos portos chineses. Esse número, segundo analistas, reflete a incapacidade da demanda das siderúrgicas em acompanhar o ritmo das importações.

Também tende a repercutir negativamente nas ações da Vale a avaliação pessimista da mineradora Rio Tinto para os mercados globais de commodity, afirmando que é pouco provável que haja uma recuperação neste ano, além de alertar que as pressões negativas continuarão afetando seu resultado. Paralelamente, o jornal Daily Telegraph informou, citando fontes, que a Rio Tinto está revisando os termos de seu acordo de US$ 19,5 bilhões com a chinesa Chinalco, após o aumento da oposição dos acionistas da mineradora ao acordo e de atrasos regulatórios. As ações das mineradoras são negociadas em baixa em Londres, onde a bolsa operava com perda de 1,18%. Em Paris e Frankfurt a queda era de 1,73% e 1,46%, respectivamente, às 10h10.

Na Bovespa, as ações PNA da Vale caíam 1,54%. Vale ON cedia 1,01%.

Para Petrobras, os sinais também não são favoráveis. O barril do petróleo registra baixa de 1% na Bolsa Mercantil de Nova York hoje e há entre os investidores de Petrobras o receio de redução de preço dos derivados do óleo no mercado interno. Petrobras PN caía 0,88% e Petrobras ON desvalorizava 0,30%, às 10h12.

No setor corporativo, os efeitos da crise internacional seguem fazendo estragos. A finlandesa Nokia, que informou que vai adotar medidas de redução de custo, e a produtora de alumínio norte-americana Alcoa, que costuma ser a primeira a divulgar resultados nos EUA, previu ontem à noite prejuízo no primeiro trimestre e anunciou corte de 82% no dividendo e redução dos investimentos para reduzir custos. As ações da Alcoa caíam cerca de 10% hoje cedo nas operações realizadas na Alemanha.

Sadia

Aqui, a possibilidade de criação de uma "AmBev do frango" deve continuar mexendo com os preços das ações de Sadia e Perdigão. Ontem à noite, em comunicado ao mercado, a Sadia admitiu, pela primeira vez, que negocia com a Perdigão sobre fusão entre as empresas. Segundo a companhia, as conversas visam a analisar "a viabilidade e a convergência de interesses em algum tipo de associação.”

Já a Perdigão, em comunicado encaminhado na noite de ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), informa que, "embora tenham se desenvolvido discussões preliminares para uma eventual associação" entre a companhia e a Sadia, "as partes não chegaram a qualquer entendimento sobre a matéria", e que não há qualquer negociação em curso neste momento.

Desde que tornaram públicas as perdas com contratos derivativos em setembro de 2008, - cerca de R$ 700 milhões - a Sadia busca por uma forma rápida de capitalização. O governo, que não está disposto a colocar recursos na Sadia para tirá-la da crise, quer promover uma fusão com a Perdigão.

Ontem, Sadia PN subiu 2,15% e Perdigão ON teve alta de 2,35%, figurando entre as maiores altas do mercado, num dia em que a Bovespa encerrou o pregão, depois de mostrar muita volatilidade, em baixa de 1,05%, aos 38.607,20 pontos.

Hoje, às 10h15, Sadia PN subia 4,91% (a maior alta do Ibovespa) e Perdigão ON avançava 2,75%, a segunda maior valorização do Ibovespa.

Fonte: Portal Exame

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