quinta-feira, 5 de março de 2009

Após euforia, mercados globais retornam ao clima de tensão com fortes perdas

Por: Equipe InfoMoney
05/03/09 - 14h30
InfoMoney

SÃO PAULO - Após o salto vigoroso da última sessão promovido por especulações a respeito da economia chinesa, os principais mercados globais vivem uma quinta-feira (5) de fortes desvalorizações. O retorno à sobriedade das bolsas leva o Ibovespa a amargar perdas de mais de 2%. Na véspera, o índice subiu 5,3%.

Sem sinais concretos de novo pacote na China, após o premiê Wen Jiabao reforçar a projeção de crescimento de 8% da economia local em 2009, os papéis de blue chips da indústria de siderurgia e mineração pressionam a bolsa brasileira. Na Europa, o dia também é dominado pelas cotações vermelhas.

Em Wall Street, o declínio é de quase 4%, e o índice S&P 500 volta a tocar o menor nível desde 1996. Por lá, além das incertezas em relação à sobrevivência da General Motors depois da montadora revelar que seus auditores enxergam uma "preocupação crescente" em suas finanças, a derrocada nos papéis de bancos completa o clima adverso.

Isso porque os bancos norte-americanos poderão ver seus ratings reduzidos brevemente, ao passo que a agência de risco Moody's cortou a perspectiva do JPMorgan Chase para negativa, além de colocar sob revisão as classificações de Wells Fargo e Bank of America. As ações do Citigroup operam abaixo de US$ 1 pela primeira vez na história.

Agenda
Na agenda dos EUA, o volume de encomendas à indústria norte-americana recuou 1,9% durante o mês de janeiro, de acordo com dados divulgados pelo Departamento de Comércio. E o número de pedidos de auxílio-desemprego ficou abaixo do esperado pelo mercado na última semana.

Na Europa, nova decepção com a queda de 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro na passagem trimestral para o último quarto de 2008. Os bancos centrais europeu e do Reino Unido reduziram suas taxas básicas de juro para 1,5% e 0,5% ao ano, respectivamente.

Treasuries
O preço das notas do Tesouro dos EUA apresenta alta nesta sessão, refletindo a tensão nos mercados financeiros. Chama atenção também a especulação de que o Federal Reserve poderá adquirir papéis do governo de longa maturação.

Petróleo
Já o preço do barril é negociado em queda, abaixo da faixa dos US$ 45 em Nova York, sentindo a pressão da hipótese de menor consumo de combustível diante da desaceleração econômica em mercados centrais.

Dólar e DI
Depois de cair mais cedo, a moeda norte-americana avança 0,75% frente ao real, cotada a R$ 2,389, e os juros futuros operam predominantemente em baixa na BM&F Bovespa, ajustando posições na ausência de indicadores domésticos de peso.

Bolsa
Ibovespa apresenta baixa de 2,77% nesta tarde e atinge 37.339 pontos. O volume financeiro é de R$ 1,750 bilhão. 

O principal destaque negativo fica com as ações Gol PN N2 (GOLL4), que registram desvalorização de 7,86% e são cotadas a R$ 9,03. Com essa variação, a baixa acumulada desde o início do ano chega a -8,88%.

Por outro lado, o melhor desempenho fica com os papéis CCR Rodovias ON (CCRO3), que são cotados a R$ 22,24 e apresentam alta de 1,55%.

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