quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Quinta-feira, 04 de dezembro de 2008, 18h40

Bovespa fecha em baixa de 0,48% com NY e Petrobras




CLAUDIA VIOLANTE

Em mais um pregão de muita volatilidade, a Bovespa terminou com ligeira baixa. O sinal virou no finalzinho, depois de o azul ter predominado na maior parte do pregão. A piora dos índices acionários norte-americanos a pouco mais de uma hora do fechamento levou as ações da Petrobras e da Vale a ampliar as perdas.

O Ibovespa, principal índice acionário doméstico, fechou na mínima pontuação do dia, aos 35.127,77 pontos, em baixa de 0,48%. Na máxima, atingiu 35.944 pontos (+1,83%). No mês, acumula perdas de 4,01% e, no ano, de 45,01%. O giro foi o menor do mês ao somar R$ 2,626 bilhões. Os dados são preliminares.

Em Wall Street, as bolsas operaram predominantemente em queda hoje. Às 18h20 (de Brasília), o Dow Jones caía 2,91%, o S&P, 3,39% e o Nasdaq, 3,29%. As montadoras pressionavam para baixo, com a notícia, do The Wall Street Journal, de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) deve rejeitar os pedidos para fazer empréstimos diretamente a estas empresas, deixando a questão nas mãos do Congresso e do governo Bush. Os executivos das montadoras pediram novamente hoje aos parlamentares uma ajuda financeira. 

Os investidores também trabalharam na defensiva ao relatório do mercado de trabalho de novembro, a ser conhecido amanhã. As estimativas não são nada boas: -350 mil vagas, dando ainda mais peso aos indicadores que mostram fragilidade na maior economia do planeta. Para agravar os piores presságios, várias empresas vêm anunciando cortes de vagas. Só hoje foram Dupont (2,5 mil, além de 4 mil terceirizados), AT&T (12 mil) e Credit Suisse (5,3 mil internos e 1,2 mil terceirizados). 

Para compensar, o dado de pedidos de auxílio-desemprego veio melhor do que o esperado: mostrou queda de 21 mil na semana passada, ante previsão de alta de 11 mil pedidos. Já as encomendas à indústria também foram ruins (-5,1% em outubro, o maior declínio em oito anos) e alguns varejistas apresentaram números fracos. 

No Brasil, com os últimos indicadores sinalizando enfraquecimento da atividade - hoje saíram dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores e da Confederação Nacional da Indústria -, os analistas já começam a pressionar por um corte na taxa de juros, mas não acreditam que isso vai acontecer na próxima semana. Assim, ele seria empurrado para 2009, quando acredita-se que o PIB brasileiro vai sentir, no primeiro trimestre, os efeitos mais fortes da crise financeira. 

As principais ações domésticas fecharam nas mínimas, num dia de noticiário forte em relação a elas. Petrobras ON recuou 4,60% e PN, 3,68%. A estatal anunciou hoje a captação de um total de US$ 700 milhões no exterior de novembro até hoje, além de outros US$ 200 milhões com o Bradesco em 3 de dezembro. 

Vale ON perdeu 3,14% e PNA, 2,23%. Por causa das condições atuais do mercado global de níquel, a empresa vai paralisar por tempo indeterminado a mina de Copper Cliff South (CC South), localizada em Sudbury, província de Ontário, Canadá, a partir de janeiro de 2009 e postergar investimentos na região. O presidente da Vale, Roger Agnelli, disse que não descarta novas demissões no curto prazo - ontem a mineradora informou que já demitiu 1,3 mil funcionários no Brasil e no exterior.

Publicado em: 04 de dezembro de 2008, 18h40

Fonte: AE Investimentos

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